Não é uma pena, é um crime. Houve um projecto, creio que quando Santana Lopes foi secretário de Estado da Cultura, para rematar a parte inacabada do Palácio, mas nunca houve dinheiro. Neste caso ainda bem, porque era uma "modernice" sem relação com a época da construção do Palácio, dentro daquela mania de incluir arquitectura moderna em construções de uma época que teve o seu estilo próprio e que, em lugar de valorizar uma e outra, desvirtua ambas.
"incluir arquitectura moderna em construções de uma época que teve o seu estilo próprio e que, em lugar de valorizar uma e outra, desvirtua ambas".
Achei graça ao que afirma. É um tema um pouco delicado, se perguntarmos a um arquitecto como proceder num caso destes, ele dir-nos-á que deve interferir na obra. Por outro lado, repare o que fizeram ao castelo de Guimarães: claro que está bonito mas não tem nada a ver com a realidade! E agora qual das duas visões estará certa?
Já vi adaptações que não me feriram a vista. No caso do castelo de Guimarães o que se passou é que ele foi restaurado à luz da época tentando preservar a construção. Em Atenas vi que estavam a fazer reconstituições na Acrópole de acordo com o projecto inicial e gostei. Qual o rumo a seguir?
Por mim, um meio caminho, nem uma construção que hoje seria fora de tempo (um pouco Ajuda-Disney), nem o aspecto degradante da foto. Na altura, lembro-me que resisti, mas a parte de cima da casa dos Bicos tem o seu valor, simultaneamente lembrando a casa original mas marcando as vicissitudes do tempo (só não perdoo não terem recolocado a pedra de armas dos Albuquerques ;). Decerto que algum arquitecto saberia traçar uma forma não agressiva de encapsular aquela terminação inacabada.
Também gosto da reconstrução da Casa dos Bicos. Não está nada gritante. JP, não me diga que não encontra um arquitecto disponível? Se as armas estavam lá porque não voltar a pô-las? Nunca tinha pensado nisto, nem sabia que as armas não estavam na Casa. Luís corre riscos, ainda pode perder o desafio! É incrível, não me lembro se na altura se falou nisso? Sempre defendi que nos documentos da História a política não devia interferir. Não se pode apagar os acontecimentos de cada época...
LB: arquitecto, arranjo. E €€? :) Ana: há imagens da CB que evidenciam a pedra de armas. Tenho ideia que no restauro foi encontrado um pedaço, com as flores de lis dos II e III quartéis. Julgava que existia foto no volume respectivo da XVII, mas não a encontrei outro dia. Sonhei? :) Pode ser "defeito" meu, mas cada vez que vejo a dita ou foto da mesma sinto falta daquele "detalhe", bem querido pelo seu construtor.
Pois é o Palácio da Ajuda, ou não é?
ResponderEliminarParabéns, João Mattos e Silva.
ResponderEliminarÉ o Palácio da Ajuda!
Não acha que é uma pena deixarem isto assim?
Não é uma pena, é um crime. Houve um projecto, creio que quando Santana Lopes foi secretário de Estado da Cultura, para rematar a parte inacabada do Palácio, mas nunca houve dinheiro. Neste caso ainda bem, porque era uma "modernice" sem relação com a época da construção do Palácio, dentro daquela mania de incluir arquitectura moderna em construções de uma época que teve o seu estilo próprio e que, em lugar de valorizar uma e outra, desvirtua ambas.
ResponderEliminar"incluir arquitectura moderna em construções de uma época que teve o seu estilo próprio e que, em lugar de valorizar uma e outra, desvirtua ambas".
ResponderEliminarAchei graça ao que afirma. É um tema um pouco delicado, se perguntarmos a um arquitecto como proceder num caso destes, ele dir-nos-á que deve interferir na obra.
Por outro lado, repare o que fizeram ao castelo de Guimarães: claro que está bonito mas não tem nada a ver com a realidade!
E agora qual das duas visões estará certa?
Já vi adaptações que não me feriram a vista. No caso do castelo de Guimarães o que se passou é que ele foi restaurado à luz da época tentando preservar a construção.
Em Atenas vi que estavam a fazer reconstituições na Acrópole de acordo com o projecto inicial e gostei.
Qual o rumo a seguir?
Por mim, um meio caminho, nem uma construção que hoje seria fora de tempo (um pouco Ajuda-Disney), nem o aspecto degradante da foto.
ResponderEliminarNa altura, lembro-me que resisti, mas a parte de cima da casa dos Bicos tem o seu valor, simultaneamente lembrando a casa original mas marcando as vicissitudes do tempo (só não perdoo não terem recolocado a pedra de armas dos Albuquerques ;).
Decerto que algum arquitecto saberia traçar uma forma não agressiva de encapsular aquela terminação inacabada.
Se me encontrares um arquitecto disposto a tal, pago o próximo almoço...
ResponderEliminarTambém gosto da reconstrução da Casa dos Bicos. Não está nada gritante.
ResponderEliminarJP, não me diga que não encontra um arquitecto disponível? Se as armas estavam lá porque não voltar a pô-las? Nunca tinha pensado nisto, nem sabia que as armas não estavam na Casa.
Luís corre riscos, ainda pode perder o desafio!
É incrível, não me lembro se na altura se falou nisso?
Sempre defendi que nos documentos da História a política não devia interferir. Não se pode apagar os acontecimentos de cada época...
LB: arquitecto, arranjo. E €€? :)
ResponderEliminarAna: há imagens da CB que evidenciam a pedra de armas. Tenho ideia que no restauro foi encontrado um pedaço, com as flores de lis dos II e III quartéis. Julgava que existia foto no volume respectivo da XVII, mas não a encontrei outro dia. Sonhei? :)
Pode ser "defeito" meu, mas cada vez que vejo a dita ou foto da mesma sinto falta daquele "detalhe", bem querido pelo seu construtor.
Para o nosso almoço arranjo :)
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