quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E tu poderias?

De repente salpiquei para fora do copo de água
um mapa do quotidiano.
Mostrei num prato de geleia
as oblíquas maçãs do rosto do oceano.
Nas escamas de um peixe de ferro branco
li o pelo de lábios novos.
E tu,
poderias tu
tocar um nocturno
com uma flauta das goteiras?

1913
Maiakovski
In: 33 poemas / trad. Adolfo Luxúria Canibal. Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2008

3 comentários:

  1. Gosto muito dele. Fiquei foi admirado com o tradutor, mais conhecido das andanças musicais como já se viu aqui no blogue.

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  2. Pois é! Há uns tempos também li um prefácio que ele fez a Os cantos de Maldoror. Acho que numa tradução do Pedro Tamen. Devo dizer que gostei bastante. E soube desta sua vertente porque vi uma entrevista na tv - na Câmara Clara?

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  3. DEDUÇÃO

    Não acabarão nunca com o amor,
    nem as rusgas,
    nem a distância.
    Está provado,
    pensado,
    verificado.
    Aqui levanto solene
    minha estrofe de mil dedos
    e faço o juramento:
    Amo
    firme,
    fiel
    e verdadeiramente.

    Maiakovski

    (retirado da net)

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