Perguntaram-me se tinha lido o Daniel Oliveira no Expresso do passado sábado. Respondi que não. Embora leia quase todas as semanas o exemplar do meu pai, que o compra religiosamente ( tem inclusive os primeiros números ) , tal não aconteceu há uma semana atrás pelo que fui à procura do artigo do bloguista e bloquista. E gostei do que li:
" (...) E não, não é preciso ser cristão para sentir comoção com o Cântico dos Cânticos. Não é preciso ser crente para perceber que a religião condensa em si as camadas da história de que se faz a humanidade. Que ela tem um tempo e um ritmo que não cabem em conferências de imprensa. Não é preciso ser religioso para compreender esta permanente procura do sentido da vida e da imortalidade.
Eu, ateu convicto desde o dia em que penso, não aceito esta nova moral em que tudo se resume à dimensão do indivíduo. Em que todas as convicções colectivas, todos os ritos humanos, são vistos como manifestações de um obscurantismo acrítico.
Não perceber o que de mais profundo e complexo tem a fé humana é não perceber nada da humanidade. E se a um escritor lhe escapa o que de essencial há na sua espécie... "
Tiro o meu chapéu ao Daniel Oliveira!
ResponderEliminarPara Daniel Oliveira, não está mal, não.
ResponderEliminarGostei, com umas variantes.
Mas discordo da parte "Não perceber o que de mais profundo e complexo tem a fé humana é não perceber nada da humanidade. E se a um escritor lhe escapa o que de essencial há na sua espécie...". Não sou uma incondicional de Saramago, longe disso, mas lá por ele ter feito umas declarações lamentáveis, não quer dizer que não seja um tipo de grande cultura, que escreveu livros nos quais vemos que não "lhe escapa o que de essencial há na sua espécie...".