Comigo me desavim
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor, da gente fugia,
antes que esta assi crecesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.
Que o meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo,
tamanho inimigo de mim?
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Francisco Sá de Miranda
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Francisco Sá de Miranda, in João Gaspar Simões, História da Poesia Portuguesa, Das Origens aos Nossos Dias Acompanhada de uma Antologia, Empresa Nacional de Publicidade, 1955, Vol.I p. 274
Deixou "prole" este nosso Grande poeta de versos pensantes - que não é muito normal na nossa história literária.O primeiro foi sem dúvida Francisco Manuel de Melo. E,depois,os "bisnetos":Alexandre Herculano e Antero de Quental.
ResponderEliminarFinalmente,mais próximo de nós,Fernando Pessoa. Espero não me ter esquecido de nenhum parente...
Bem me parecia que faltava alguém.
ResponderEliminarUm "primo" exilado que viveu longe:
Jorge de Sena. E que "primo"!
Obrigada.
ResponderEliminarTambém gosto dos poetas que focou.
Ana