Parte I
Tirava os quadros da parede. Voltava a pendurá-los. Olhava. Mas quem lhe diz que visse. Repetia a mesma faixa do disco. Escutava. Mas quem lhe diz que ouvisse. Queria chegar a uma conclusão, isto podemos afirmar sem dúvida. Mas quem lhe diz que houvesse. E quem lhe diz que fizesse a diferença haver ou não haver. E quem lhe diz que todo o caminho não fosse exactamente não chegar. Ninguém lhe diz. De facto, ninguém lhe diz.
Jorge Roque, “Telhados de Vidro”, nº 12, Maio de 2009, Lisboa: Averno, 2009, p.17
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