quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Biografias, autobiografias e afins - 49

Não tenho por hábito ler biografias de "jovens" políticos portugueses, mas talvez leia esta de Francisco Louçã, o carismático líder do Bloco de Esquerda, escrita por António Simões do Paço e lançada na passada segunda-feira com a chancela da Bertrand.
A colaboração do biografado não foi muita, o que também não me surpreende, limitando-se a umas três horas de conversa, mas colaboraram os familiares, os amigos e os correligionários.
Fica-se a conhecer melhor o percurso político de Louçã , precocemente politizado já que em 1972, apenas com 15 anos, conseguiu ser detido pela PIDE numa vigília na Capela do Rato contra a guerra colonial; e também algo mais da sua história pessoal.
Ao contrário do que muitas vezes acontece, a verdade é que as inclinações familiares não foram completamente determinantes: a sua mãe fora aluna de Marcello Caetano e mantinha contacto com este, constando do livro uma petite histoire deliciosa- aos 14 anos, foi perguntado ao jovem Francisco pelo então Presidente do Conselho qual o curso superior que pretendia seguir, tendo aquele respondido "Económicas", Marcello retorquiu imediatamente "Um antro de comunistas! "...
Fica-se também a saber que o avô materno de Louçã, António Neves Anacleto, foi deputado pelo PPD, convidado por Francisco Sá Carneiro.
Não é surpresa para ninguém o brilhante percurso académico do líder do BE, mas é curioso saber que recebeu o Prémio Nacional D.Diniz por concluir o ensino secundário com 18 valores no Liceu Padre António Vieira, embora por um fio- esteve prestes a ser expulso da instituição por ter feito greve...

2 comentários:

  1. Recebeu o Prémio Nacional D. Dinis, ao contrário de Luís Fagundes Duarte que se recusou a recebê-lo, e podem imaginar o que isso representou numa terra como os Açores...

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  2. Não queria acreditar quando vi. Parece-me um pouco cedo para lhe escreverem uma biografia. É tudo a cultura do efémero.

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