DEBUSSY
Minha sombra silenciosa
vai pela água da acéquia.
Na minha sombra estão as rãs
privadas das estrelas.
A sombra manda ao meu corpo
reflexos de coisas quietas.
Minha sombra vai como imenso
mosquito cor de violeta.
Cem grilos querem dourar
a luz da cana-brava.
Uma luz nasce em meu peito,
reflectido, da acéquia.
Federico García Lorca
In: Obra poética / trad. José Bento. Lisboa: Relógio d'Água, 2007, p. 169
Boa noite
ResponderEliminarNuma cama sem grilos
Gri-gri-gri...
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarsem querer passar por Inquisidor-Geral de traduções em poesia, creio que deve haver qualquer coisa de errado no penúltimo dístico do poema "Debussy", traduzido por José
Bento. O original de Lorca diz:
"Cien grillos quieren dorar
la luz de la cañavera."(pg.386-Ed.
Aguilar). Portanto,devia ser:
"Cem grilos querem dourar
a luz do canavial."
Sem discutir a qualidade de tradutor de José Bento, ou há outra versão do poema (mas "cama"
também não faz muito sentido no contexto do poema),ou, então, foi
uma enorme gralha.
À palavra "acéquia",talvez para evitar o preciosismo, eu teria preferido a simplicidade de "açude".
Mas isto já é uma opinião subjectiva.
Com os melhores votos do
Alberto Soares
Sem querer meter a foice em seara alheia deve ser uma gralha:
ResponderEliminarCem grilos querem dourar
a luz da cana-brava
o m e o n encontram-se lado a lado no teclado.
J.
Ou duas: , por - .
ResponderEliminarA.
APS,
ResponderEliminarTem toda a razão!
Houve aqui duas gralhas de transcrição seguidas. Já o Jad me tinha falado nisto.
«a luz da cama, brava.» é: «a luza da cana-brava.»
Vou emendar no post.
Obrigada!
E saiu outra gralha:
ResponderEliminar«a luz da cana-brava.», como o Jad deduziu.