Conversa que ouvi ontem no metropolitano, travada entre dois sexagenários brancos ( a cor da pele não é despicienda ) :
- Queres ir à minha terra? Fala com a tua mulher e depois diz-me.
- Estás maluco! Um dia inteiro de viagem e se calhar ainda tínhamos de pernoitar pelo caminho.
- Sim, eu estava a pensar dormir em Singapura e depois continuar.
Foi neste ponto que passei a prestar mais atenção ao diálogo que ocorria ao meu lado. Achei curioso como a referência "a minha terra" se podia aplicar a um lugar tão longe, para um português, como Timor. Era de Timor que falavam, essa terra distante que tinha sido o lugar de nascimento e juventude de um deles e que não era visitada há décadas. " Do Minho a Timor", não era assim que se dizia? Para alguns, mesmo que só emocionalmente, ainda é.
Julgo que Timor devia ter um fascínio muito especial. Basta ler Ruy Cinatti para nos apercebermos.
ResponderEliminarAlberto Soares
Adoro Cinatti. E o que ele falava de Timor, quando ninguém ligava ao que lá se passava.
ResponderEliminarAdorei o «Queres ir à minha terra?»