Max Ophüls realizou, em 1948, um filme maravilhoso baseado no conto «Carta de uma desconhecida», de Stefan Zweig, com Joan Fontaine e Louis Jourdan. Já vi este filme, pelo menos, três vezes. Penso que esta cena já foi colocada no blogue, mas não a encontrei: nela os protagonistas, num passeio a um parque de diversões (Prater? já não me recordo), viajam num comboio por algumas cidades europeias.
Quem me conhece sabe que Liszt não faz parte dos meus amores, mas gosto deste Sospiro que integra a banda sonora do filme.
http://www.65anosdecinema.pro.br/Carta_de_uma_desconhecida.htm
Li o conto mais uma vez. E dele transcrevo o final: «O seu olhar incidiu sobre a jarra azul que se encontrava diante de si, em cima da mesa de trabalho. Estava vazia, vazia pela primeira vez, no dia do seu aniversário. Teve um estremecimento de terror. Isso foi para ele como se uma porta oculta se tivesse aberto e uma corrente de ar gelado, saído de outro mundo, penetrasse na quietude do seu quarto. E sentiu que alguém acabava de morrer, sentiu que tivera nesse alguém um imortal amor. No mais fundo da sua alma, alguma coisa desabrochava e pensou na amante invisível tão imaterial e apaixonadamente, como numa música distante.» (Final de «Carta de uma desconhecida». In: Amok [...] / trad. Alice Ogando. Porto: Civilização, 1978, p. 176-177)
E apeteceu-me rever este belo filme.
ResponderEliminarA mim também. Pode ser que passe na Cinemateca em breve.
ResponderEliminarE eu também quero rever.... e andar de comboio..
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