sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ainda os minaretes

- A Mesquita Azul de Istambul.


Na sequência do referendo suiço, vieram logo vozes muito voluntariosas clamar contra a "opressão religiosa" que se iria passar a viver na Confederação Helvética. Tomei nota, por exemplo, das declarações do MNE francês, Bernard Kouchner: " Se não for possível construir minaretes isso significa que se oprime uma religião. ". Serão mesmo assim tão importantes os minaretes? É que parece que não, como esclareceu há dias o sheik Munir, líder da Comunidade Islâmica de Lisboa : " Só há dois aspectos obrigatórios numa mesquita: ser um espaço limpo e estar virado para Meca. Em Portugal, se quisermos construir uma mesquita, é preciso a orientação através da bússola para Sudeste. O minarete não é obrigatório. É normal, em termos arquitectónicos, mas só serve para embelezar o espaço. "
Mais: quando estive recentemente na Turquia, vi uma mesquita em Antalya, bastante antiga, cujo minarete foi destruído num período turbulento e o mesmo não voltou a ser reconstruído. E isto num país esmagadoramente islâmico.

3 comentários:

  1. Acho que a questão no referendo suíço não foi posta em termos arquitectónicos. Foi posta, sendo o minarete um símbolo islâmico. Se é ou não, não sei. Melhor: não sabia.
    Em Portugal espero que a moda não pegue, senão muita da nossa arquitectura do sul teria de ser revista. E o aconteceria a palavras como algarismo, etc.?

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  2. A questão não foi posta em termos arquitectónicos,mas tem obviamente uma relação com o impacto na paisagem causado por qualquer estrutura edificada. E o que os suiços recusaram foi, não a construção de mesquitas, mas a possibilidade de uma "floresta de minaretes" com o impacto simbólico que tais elementos arquitectónicos trazem à comunidade, pelo menos na perspectiva deles.
    O que eu pretendi esclarecer foi que os minaretes não têm a relevância religiosa que alguns, por ignorância ou má fé, lhes quiseram dar.
    Acredite, Miss Tolstoi, que se estivesse em causa a construção de mesquitas eu tomaria outra posição.

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  3. A propósito deste referendo na Confederação Helvética: noticiam hoje os jornais portugueses que na Bélgica está a ser discutida uma proposta de lei para separar a Igreja do Estado (não me passava d´pela cabeça que o Estado belga fosse confessional!) e com contornos tão radicais que parece porem em perigo as cruzes nas campas dos cemitérios. Sempre quero ver se por cá a indignação dos do costume é tão grande como quanto aos minaretes. Aposto que não e que até aplaudem. Para esses, os do costume, é "só cruzes, credo". Até porque não se diz "crescentes" ou "minaretes" credo...

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