terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Elegias chinesas


Lisboa: Gradiva, 1999

«As Elegias chinesas são oito poemas escritos na dinastia Ming (1368-1628), "descobertos" por Camilo Pessanha em Macau.» Depois de as traduzir para português, com a ajuda do sinólogo José Vicente Jorge, publicou-as em 1914 no periódico macaense O Progresso.
Esta edição, de que retirei o poema abaixo transcrito, é ilustrada por
Pedro Barreiros, neto de José Vicente Jorge.
(http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=100142)

Queixumes das esposas do «Hsiang»


Ilhéus do Norte de Hsiang, onde as orquídeas se ceifam!
Plainos do Sul do Lai, onde se talham as essências de preço!
As águas, puras, têm cromatismos de ágata,
Subtil a brisa vibrações de jada.

Sobe a névoa, entre as sombras do Tsang-u.
Baixa o sol entre as brumas do Ting-tang... .
As penas dos bambus, quem é que as sabe?
Mas bem se lhes vêem os sinais das lágrimas.

Tradução de Camilo Pessanha

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