La confusion des langues, Gustave Doré, 1865
Li com interesse os comentários anónimos a um artigo recente que fiz sobre uma visita a Nova Iorque que, entre outras coisas, criticavam o uso do idioma inglês nos títulos (presumo que em prol do português). A imagem que me surgiu foi a da tradução dos nomes; realmente, utilizamos "Isabel II" para designar a monarca britânica, ou "Bento XVI" para o actual Papa -- por estar a olhar para a capa de um DVD, surgiu-me no espírito o nome Isabel Alfayate (Elizabeth Taylor), derivando por sua vez para as referências que tinha feito.
Deliciado, e com o auxílio do Babelfish, apercebi-me que tinha visto a peça "Aldeola" ("Hamlet"), de Guilherme Shakespeare (Sacode-a-Lança?), interpretado pelo actor Judeu Lei (Jude Law), seguida de "Uma Chuva Constante" ("A Steady Rain"), com Daniel Penhasco e Hugo Homemmarinheiro (Hugh Jackman); "Ao Lado do Normal" ("Next to Normal"), com Alice Ripley (tenham paciência) e Araão Tveit (uma pequena aldeia na Noruega, infelizmente não conheço a tradução para português e mantive o original); e "Uma Pequena Música da Noite" ("A Little Night Music"), de Estêvão Sondheim (outra vez, uma pequena localidade -- desta vez, na Baviera, na Alemanha), com Angela Lansbury e Catarina Zeta-Joanina (uma liberdade -- Jones deriva de John, o João inglês).
O momento de maior indecisão (transcrever ou não transcrever era a questão) prendeu-se com "Aldeola". Creio que o Babelfish não esteve à altura e deveria ter sido "Telmo". Passo a explicar: "Hamlet" era o nome do príncipe, cujo anagrama é "Thelma". Ora "Thelma" já se traduz muito facilmente por Telma, sendo que a versão masculina é Telmo. Nesse caso, vi a peça "Telmo", na mesma com Judeu Lei.
Também hesitei com "Uma Pequena Música da Noite"; não seria "Um Pouco de Música Nocturna" (e com ou sem 'c')? Parece no entanto que ainda ninguém se deu ao trabalho de traduzir a obra do Estêvão Josué Sondheim (pois), o que é maçador, pelo que deixo ficar a referência do Babelfish.
No cinema, "A Princesa e o Sapo" ("The Princess and the Frog") e "Preciosa - Baseado no Romance "Empurrão" por Safira" ("Precious - Based on the novel "Push" by Saphire") também foram alvo de referência.
Quanto à visita ao MoMA, dei por mim no MdAM (pode ler-se Madame, mas não aconselho), a ver uma exposição sobre Timóteo Burton (voltando às terrinhas, esta era de Leicestershire, em Inglaterra; Claro que agora teria que mais apropriadamente referir-me a que era do Condado de Leicester, sendo que também, para minha pena, ignoro a sua tradução para português); vi os "Lírios de Água" de Cláudio Monet e uma retrospectiva da "Casa do Edifício".
Por fim, relativamente ao comentário que começa "isto o que é lá de fora é que bom", considero-o uma extrapolação curiosa (e visionária, que aprecio), dado que no artigo em questão me limitei a elencar as obras sem oferecer opinião (que pode ser consultada nos artigos subsequentes).
Tudo isto sendo dito, o que me mantém mesmerizado é o nome de Isabel Alfayate (obrigado, Peixe de Babel).
PS - A ilustração poderia estar legendada como "A Confusão dos Idiomas", por Gustavo Dourado, 1865
Deliciado, e com o auxílio do Babelfish, apercebi-me que tinha visto a peça "Aldeola" ("Hamlet"), de Guilherme Shakespeare (Sacode-a-Lança?), interpretado pelo actor Judeu Lei (Jude Law), seguida de "Uma Chuva Constante" ("A Steady Rain"), com Daniel Penhasco e Hugo Homemmarinheiro (Hugh Jackman); "Ao Lado do Normal" ("Next to Normal"), com Alice Ripley (tenham paciência) e Araão Tveit (uma pequena aldeia na Noruega, infelizmente não conheço a tradução para português e mantive o original); e "Uma Pequena Música da Noite" ("A Little Night Music"), de Estêvão Sondheim (outra vez, uma pequena localidade -- desta vez, na Baviera, na Alemanha), com Angela Lansbury e Catarina Zeta-Joanina (uma liberdade -- Jones deriva de John, o João inglês).
O momento de maior indecisão (transcrever ou não transcrever era a questão) prendeu-se com "Aldeola". Creio que o Babelfish não esteve à altura e deveria ter sido "Telmo". Passo a explicar: "Hamlet" era o nome do príncipe, cujo anagrama é "Thelma". Ora "Thelma" já se traduz muito facilmente por Telma, sendo que a versão masculina é Telmo. Nesse caso, vi a peça "Telmo", na mesma com Judeu Lei.
Também hesitei com "Uma Pequena Música da Noite"; não seria "Um Pouco de Música Nocturna" (e com ou sem 'c')? Parece no entanto que ainda ninguém se deu ao trabalho de traduzir a obra do Estêvão Josué Sondheim (pois), o que é maçador, pelo que deixo ficar a referência do Babelfish.
No cinema, "A Princesa e o Sapo" ("The Princess and the Frog") e "Preciosa - Baseado no Romance "Empurrão" por Safira" ("Precious - Based on the novel "Push" by Saphire") também foram alvo de referência.
Quanto à visita ao MoMA, dei por mim no MdAM (pode ler-se Madame, mas não aconselho), a ver uma exposição sobre Timóteo Burton (voltando às terrinhas, esta era de Leicestershire, em Inglaterra; Claro que agora teria que mais apropriadamente referir-me a que era do Condado de Leicester, sendo que também, para minha pena, ignoro a sua tradução para português); vi os "Lírios de Água" de Cláudio Monet e uma retrospectiva da "Casa do Edifício".
Por fim, relativamente ao comentário que começa "isto o que é lá de fora é que bom", considero-o uma extrapolação curiosa (e visionária, que aprecio), dado que no artigo em questão me limitei a elencar as obras sem oferecer opinião (que pode ser consultada nos artigos subsequentes).
Tudo isto sendo dito, o que me mantém mesmerizado é o nome de Isabel Alfayate (obrigado, Peixe de Babel).
PS - A ilustração poderia estar legendada como "A Confusão dos Idiomas", por Gustavo Dourado, 1865
Delicioso!
ResponderEliminarDirei mesmo mais: Delicious!
ResponderEliminarFantástico. Parabéns!
ResponderEliminarEsqueci-me de dizer que adorei a ilustração de Doré.
ResponderEliminarSó li hoje. Diverti-me imenso.
ResponderEliminarSabem de uma tradutora (de que não recordo o nome - muito convenientemente) e que traduziu «judías verdes» por «judias verdes». E o que acho graça é que não se questionou.
No mundo da tradução a última fúria que tive foi a tradução do livro de Jack Lang sobre Lourenço de Medicis. Além do livro estar pessimamente traduzido, a dupla de tradutores traduziu... o quê? A bibliografia! Escrevi para a Bertrand, mas nem me responderam.
E num livro inglês sobre o século XIX português apareciam muito «carteiristas», a despropósito. Eram «cartistas», defensores da Carta. Escrevi para a editora, e o editor escreveu-me a pedir desculpa e que iriam fazer uma errata.
M.
Ó João, mas Jones é Eanes, Anes, Joanes, mas nunca Joanina... :)
ResponderEliminarBrilhante. Simplesmente BRILHANTE!
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