Túmulo de Albert Camus, Cemitério de Lourmarin, Lourmarin, França
"Se é verdade que os únicos paraísos são aqueles que se perderam, sei como hei-de chamar a esta qualquer coisa de terno e de inumano que hoje reside em mim. Um emigrante regressa à sua pátria. E eu recordo. Ironia rigidez, tudo se cala e aqui estou repatriado. Não quero ruminar a felicidade. É bem mais simples e é bem mais fácil. Porque destas horas que, do fundo do olvido, torno a trazer até mim, se conservou sobretudo a recordação intacta de uma pura emoção, de um instante suspenso na eternidade. Só isso é verdadeiro em mim e sei-o sempre demasiado tarde. Gostamos da curvatura de um gesto, da oportunidade de uma árvore na paisagem. E para recriar todo este amor não temos senão um pormenor, mas que basta: o cheiro de um quarto fechado por demasiado tempo, o som singular de um passo na estrada. Assim é quanto a mim."
Albert Camus, O Avesso e o Direito seguido de Discursos da Suécia, Lisboa: Livros do Brasil, sd., p. 63
E eu que estava à espera de uma girândola, no Prosimetron, sobre Camus...
ResponderEliminarParece que a Ana se esforçou até onde pode para o "dia de Camus".
Louvo-a!
Também ficou(o "pied-noir")bem entregue : o Escorpião encontra a sua "Casa" no Aquário.
E, já agora, um pequeno "fait-divers":o René Char esteve para seguir no carro fatídico dos Gallimard. Só que já tinha comprado
bilhete de comboio para o local onde iam todos e ,por isso,renunciou à boleia.Foi o Camus...
Obrigada. Gosto do Camus, li há pouco tempo o Mito de Sísifo, depois de João Soares ter colocado um post sobre ele. Já não lia Camus desde a Universidade.
ResponderEliminarNão me recordava desse "fait-divers". O destino... é terrível!
Também gosto muito do Camus, que também li na Faculdade, excertos do «Mito de Sísifo», o inevitável «O Estrangeiro» e depois «A Peste», de longe o meu preferido e o que mais me marcou.
ResponderEliminarRecentemente comprei o que me faltava da obra dele, mas ainda só consegui ler o «L'Été», que foi um deslumbramento.
Para "contador antropomórfico":
ResponderEliminarSe não se importa de seguir o conselho de uma pessoa mais velha, tente ler "A Queda",que é também muito interessante.
De "L'Été",gostei imenso do último ensaio:"La mer au plus prés".
Os conselhos das pessoas mais velhas são sempre os melhores. Obrigado. Não deixarei de ler.
ResponderEliminarLi a "Queda" mas acho que devo relê-la. Foi o primeiro livro que li, mas, se calhar, agora leria com um olhar diferente
ResponderEliminarCamus sabia do que falava...
ResponderEliminarPara o Escorpiâo, duas das suas grandes questões e preocupações,
são a Justiça e a Culpa - grafei com maiúsculas, de propósito.
APS,
ResponderEliminarNao compreendo muito bem esta questão dos signos. Será que pode explicar?
Leio por brincadeira os prognósticos para o meu signo. :)
APS,
ResponderEliminarNão lhe digo qual é o meu signo mas o de Camus é escorpião... Já estou a ver alguma luz!
- Revelo-lhe que a justiça é uma das minhas preocupações.
- A culpa é milenar, vem do pecado, está entranhada na nossa cultura judaico-cristã... Não me interessa muito a culpa mas sim a justiça.
Fez-me pensar, gosto de conselhos dos mais velhos!:)
Com a relatividade do que é irracional, mas que,às vezes bate certo (tirando a charlatanice dos horóscopos das revistas e jornais),de uma forma geral,cada pessoa tem um signo natal e um signo ascendente. Cada signo tem os seus atributos(por ex.Capricórnio:profissionalismo,etc.). E cada signo funciona para cada um,dos outros 11,com um significado próprio(casas). Assim,a casa V (casamento),no caso do Carneiro,é o Leão que é 5ºsigno na sequência. Suponho que a Ana é Aquário (filantropia,etc.),não é?
ResponderEliminarPor hoje,basta.
APS