No Palácio da Ajuda encontrei uma Separata sobre o restauro ou melhor sobre a "reintegração" do Loudel atribuído a D. João I, que o rei terá envergado em Aljubarrota e oferecido a Santa Maria de Guimarães. Gostei de ler a separata de Museus de Portugal que foca o trabalho sistemático de especialistas no restauro de uma parte da vestimenta militar de D. João I.
x
"Quando o chamado «pelote» do Rei D. João I, do Museu de Guimarães, deu entrada na Oficina do Instituto do Restauro estavamos longe de calcular a importância que viria a ter o beneficiamento dessa peça. (...) O trabalho de reintegração do loudel de D. João I feito na Oficina de Resturo de Têxteis do Instituto de Restauro de Lisboa, é uma das obras mais importantes e de maior responsabilidade levadas a efeito neste Estabelecimento do Estado"
x
Do Loudel atribuído a D. João I
Aguarela do loudel datada de 1905 no album "Mes dessins", [Londres, 1928] de Sua Majestade a Rainha D. Amélia
"O estado de conservação em que se encontrava era extremamente precário. (...) A vestimenta estava recoberta na parte superior das costas e na parte terminal, recortada aos bicos, por um tecido de veludo e ouro e fragmentos de seda vermelha e amarela, em muito mau estado de conservação. A frente e a parte média das costas eram formadas por tiras de bordados, a seda e ouro sobre linho (...)"
x
A veste depois de terminados os trabalhos de reintegração, parte da frente.
"... o loudel não só ajudava à defesa do corpo contra os golpes, como amaciava a rijeza da armadura sobre o corpo..."
Aspecto geral do Loudel de D. João I
x
x
Desenho do Loudel num album de Francisco Vieira Portuense (século XIX), MNAA, Lisboa. Desenho considerado: "Essa mesma reprodução é fantasista e mais nos parece ter sido feita de memória"
Macrofotografia da 1ª tela de linho do Loudel
"O Instituto de Medicina Legal, de Lisboa, prestou informações necessárias sobre a natureza de algumas manchas que aparecem no loudel e se julga serem de sangue (...)". Tenho pena que estes dados não estejam nesta separata.
A qualificação técnica do tecido de lã que revestia o loudel deve-se ao Sr. Gabriel Vial, Professor da «École des Industries Textiles» de Lyon".
A qualificação técnica dos restantes tecidos foi feita pela Chefe da Oficina Srª D. Maria José Taxinha que, em 1961, freqentou o curso de análise de tecidos antigos organizado pelo referido Instituto de Lyon.
O restauro levantou várias questões que se poderão ler no livro de onde foram retirados os textos e as imagens:
Maria José de Mendonça, Maria José Taxinha, Maria Emília Amaral Teixeira, O Loudel do Rei D. João I, Lisboa: Ministério da Cultura e Coordenação Científica, Secretaria de Estado da Cultura, Instituto do Património Cultural, 1981 (2ª edição), p. 3-22 (Seaparata dos Museus de Portugal)
Também chamado: pelote.
ResponderEliminarÉ, juntamente com o sacrário em prata, tomado a D.João I de Castela, em Aljubarrota, pelo nosso Mestre de Aviz e, depois oferecido a Nª Senhora da Oliveira, duas das peças mais emblemáticas do Museu Alberto Sampaio, em Guimarães.
Daí dizer-se : "estar em pelote".
ResponderEliminarÉ mais conhecido como pelote de facto.
ResponderEliminar:)