sábado, 16 de janeiro de 2010

À volta de "Baroja".

Do gato desenhado por Almada Negreiros partiu-se à procura de Pio Baroja.
O escritor nasceu em San Sebastian, em 1872 e morreu em 1956. Baroja integrou-se no movimento de escritores espanhóis da "Geração de 98". A sua obra foi influenciada, entre outros, pelos filósofos Nietzsche e Schopenhaeur e pela atmosfera das guerras: Grande Guerra, Guerra Civil espanhola e II Guerra Mundial.
Durante a guerra civil conheceu Ernest Hemingway, correspondente de guerra, tornou-se seu amigo e irá, segundo alguns autores, influenciar o escritor americano.
No final da vida, já doente, Pio Baroja recebeu Ernest Hemingway como se pode ver na fotografia.

Ernest Hemingway e Pio Baroja, Outubro de 1956 (pouco antes de morrer)

Colecção Fotográfica de Ernest Hemingway , John F. Kennedy Presidential Library and Museum, Boston.

Um excerto retirado do livro "Mari Belcha y otros cuentos" revela o pessimismo que caracterizava Barojo.

Pio Baroja, Mari Belcha y otros cuentos, Madrid: Ediciones de la Torre, 1988, p.63
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Pio Baroja pertencia a uma família de pessoas notáveis. Ricardo Baroja, seu irmão era pintor, gravador e ilustrador.

Ricardo Baroja (1871-1953), irmão do escritor, O Piropo


Outro Baroja que se notabilizou foi o sobrinho, Júlio Caro Baroja, antropólogo, historiador e linguística que num dos seus trabalhos analisou o recurso antropológico das lendas históricas na literatura de cordel.
Luís Taruja Ferreira, num artigo sobre a figura de D. Inês de Castro na literatura de cordel, século XVIII, transpôs as ideias de Júlio Baroja para uma das lendas portuguesas mais belas - o amor de Pedro por Inês. As duas personagens ter-se-ão popularizado, citando o linguísta, por serem:
"Seres que se movem num tempo e num espaço pouco definidos e que são interessantes por razões meramente individuais, psicológicas mais que sociais e culturais".
Julio Caro Baroja, Ensayo sobre la Literatura de Cordel, Madrid: Ediciones Istmo, 1990, p.143
Luís Tarujo Ferreira, “Para uma Revisitação da Figura de Inês de Castro, o contributo dos folhetos de cordel do século XVIII”, Revista da Faculdade de Letras – Línguas e Literaturas, II, Série, vol. XXIII, Porto, 2006 [2008],pp 127-161.
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5641.pdf

2 comentários:

  1. Gostei de ler o seu texto, mas não percebi o porquê das aspas em Baroja no título.

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  2. Caro anónimo,
    As aspas foram para distinguir que não era só Pio Baroja o alvo da atenção.

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