(...) a recusa em esclarecer, o aumento da confusão, as contradições não desfeitas, as viravoltas do discurso oficial sobre tal e tal pormenor dos «escândalos», a insistência no silêncio sobre questões decisivas, gerando um mal-estar permanente que vem de um não-dito que, passando a ser o elemento essencial do debate político, levanta mais e mais suspeições sobre a credibilidade das instituições e do primeiro-ministro.
O não-dito alimenta a confusão e envenena a ética política. Produz uma opacidade que recobre e enterra mais profundamente esse não-dito, tornando-o aparentemente cada vez menos dizível. Círculo que nos enreda num clima deletério insustentável. E corrói, como um cancro, a nossa democracia.
- José Gil, O não-dito da suspeita, na Visão.
Pois é.
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