Biografias, autobiografias e afins - 65

Este diário inédito de Françoise Siefridt leva-nos até 1942 quando os judeus franceses foram obrigados a usar a estrela amarela, mais propriamente ao mês de Junho desse ano. A jovem Françoise, estudante católica de 19 anos, decide também ela usar a infame estrela amarela por solidariedade com os judeus e é logo presa no dia 7 de Junho, primeiro dia da entrada em vigor da ordonnance em causa, no Boulevard Saint-Michel acusada de ser amie des Juifs.
É levada primeira para o camp des Tourelles, depois para o mais sinistro campo de Drancy. Embora esteja detida juntamente com outras "arianas" que cometeram o mesmo "crime", Françoise vê, ouve e regista no diário que então começa o que se passa com as judias detidas e os seus filhos que não tiveram a mesma sorte dela que foi libertada a 30 de Agosto, depois de quase 3 meses de cárcere. Françoise Siefridt tem hoje 88 anos e vive no Havre.

" 18 Août : Ce soir, il est arrivé encore mille enfants. Mais maintenant je suis blindée. (...) C' est l' intelligence seule qui réagit, le coeur reste inerte. "

- J' ai voulu porter l' étoile jaune, Françoise Siefridt, prefácio de Jacques Duquesne, ed. Robert Laffont, 218p, Janeiro de 2010.