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“O poema, sendo como é uma forma de aparição da linguagem, é por isso de essência dialógica, o poema pode ser uma garrafa lançada ao mar, abandonada à esperança - decerto muitas vezes ténue - de poder um dia ser recolhida numa qualquer praia, talvez na praia do coração. Também neste sentido os poemas são um caminho: encaminham-se para um destino (…) para um lugar aberto, para um tu intocável…”
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Paul Celan, “texto de agradecimento do primeiro prémio recebido, em Bremen”, 1958, in Arte Poética - Meridiano e outros textos, Lisboa: Cotovia, 1996.
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“Só mãos verdadeiras escrevem poemas verdadeiros. Não vejo nenhuma diferença de princípio entre um aperto de mão e um poema”.
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Paul Celan, “Carta a Hans Benderm”, in Arte Poética - Meridiano e outros textos, Lisboa: Cotovia, 1996.
xPaul Celan, “Carta a Hans Benderm”, in Arte Poética - Meridiano e outros textos, Lisboa: Cotovia, 1996.
Monumento ao Holocausto, Berlim
Aspen Tree
Aspen Tree, your leaves glance white into the dark.
My mother's hair was never white.
xDandelion, so green is the Ukraine.
My yellow-haired mother did not come home.
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Rain cloud, above the well do you hover?
My quiet mother weeps for everyone.
xRound star, you wind the golden loop.
My mother's heart was ripped by lead.
xOaken door, who lifted you off your hinges?
My gentle mother cannot return.
xPaul Celain
xx
A Noite das Palavras
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Noite das palavras - vedor no silêncio!
Um passo e outro, ainda,
um terceiro, cujo vestígio
a tua sombra não apaga:
a cicatriz do tempo
abre-se
e afoga a terra em sangue-
os dogues da noite das palavras, os dogues
atacam agora
bem dentro de ti:
celebram a mais selvagem sede,
a mais selvagem fome…
xx
Paul Celan, “Noite das Palavras”, in De Limiar em Limiar (Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno)
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