domingo, 28 de março de 2010

1910 - 14

O cortejo das comemorações do centenário de Herculano - Romagem aos Jerónimos.






Fotos Joshua Benoliel, 1910
Arq. Fot. CML

E hoje o que acontece para evocar um dos nossos maiores?

4 comentários:

  1. Para MR:
    O abandono completo de leitura obrigatória, no ensino secundário, dos chamados clássicos da literatura afectou, há muito, Alexandre Herculano.
    (Entendeu-se que, tal como A. Ribeiro, era de "difícil leitura")
    Seguiu-se Camilo Castelo Branco. Depois os Sermões de António Vieira aos "pedaços" - para facilitar a leitura - completamente incompreensíveis, mas integrado em modernices pretensamente elaboradas de estudo de "texto argumentativo" ...
    (Espera-se, depois, que o menino elabore um texto argumentativo à maneira de Vieira !!!)
    Não pretendo maçar mais com tristezas.
    O facto é que as Humanidades em geral, e a Literatura em particular, passou a viver "na outra margem de um rio".
    Para bom entendor, meia palavra basta.
    Neste caso, e infelizmente, não é esta "a história das perdizes", mas apenas a "ponta do icebergue" de uma ignorância literária duradoura.

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  2. HMJ,
    Gostei de ler o seu comentário e, tristemente, concordo com ele.
    Não há a preocupação de uma "cultura", apenas existe uma preocupação numérica.

    Quanto a Aquilino Ribeiro tive que o ler na escola, li "Cinco Reis de Gente" e confesso-lhe que a sua "leitura é difícil" porque é muito localizada, específica e ruralizada. Li-o e julgo devia ser de leitura obrigatória para se conhecerem as correntes literárias e a sociedade portuguesa de então.
    Nunca achei por bem que se tirassem obras de índole clássica, como os Lusíadas, ou outras, neste caso mais contemporâneas. Sou contra a gestão actual do programa literário nas escolas, até porque a escola devia ser o último reduto para uma verdadeira igualdade entre as pessoas no que respeita à cultura.
    Não gostar da linguagem não significa ignorância.
    Vivo numa cidade da cultura mas é periférica em determinados pontos que não interessa aqui apontar.
    Há problemas de fundo para se resolver na educação e cultura do nosso país, que só se resolverão com grande investimento monetário e intelectual... mas não vejo a luz ao fundo do túnel.
    Tive prazer em ler o seu argumento.
    Só mais um apontamento:
    Sou contra currículos tendo em vista a regionalização. O país é uno e é nesse uno que está a identidade dele, as memórias, o sentido de ser, a "alma lusitana", sem com isto fechar as portas á Europa, à globalização e a todos os problemas actuais.

    Cumprimentos cordiais.
    Ana

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  3. E com o facilitismo estamos a criar alfabetizados que não sabem interpretar um texto, que não conseguem entender o que lêem.
    E como (e o que) é que estes vão ensinar?

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