domingo, 28 de março de 2010

Homenagem a Alexandre Herculano na Bilblioteca da Ajuda!

Alexandre Herculano na Biblioteca da Ajuda, Trompe-l'œil.
x

Alexandre Herculano faria hoje 200 anos. Dele li fragmentos: da História de Portugal - 1.ª época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III (1846-1853) e de Portugaliae Monumenta Historica (1856-1873). Dos romances que escreveu gostei de ler Eurico o Presbitero e o Bobo. Historiador, escritor, jornalista e político foi um dos pioneiros do Romantismo português.

Na sexta-feira passada encontrei-o a passear na Biblioteca da Ajuda enquanto filmavam uma recriação para comemorar o seu nascimento.
Alexandre Herculano tirou Diplomática na Torre do Tombo e viria a ser nomeado "Por decreto de 17 de Julho de 1833" para "segundo bibliotecário da Biblioteca Pública do Porto". "D. Fernando nomeou-o em 1839 seu bibliotecário, com o vencimento anual de 600$000 réis, pagos do seu bolso, dando-lhe também casa para residir; pouco depois, Herculano, sem exigir mais remuneração, encarregou-se de organizar as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades".
x
Na imagem vê-se Alexandre Herculano entre os seus pares.

Passos Manuel, Almeida Garrett, Alexandre Herculano e José Estevão de Magalhães por Columbano Bordalo Pinheiro (pormenor).
x
Óleo sobre tela concluído em 1926. Passos Perdidos, Assembleia da República.
Fotografia de Laura Castro Caldas e Paulo Cintra

Alexandre Herculano, A Harpa do Crente - A cruz mutilada. Porto: Porto Editora, 2003-2010.

(Trecho)

A CRUZ MUTILADA

Amo-te, ó cruz, no vértice, firmada
De esplêndidas igrejas;
Amo-te quando à noite, sobre a campa,
Junto ao cipreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te quando em préstito festivo
As multidões te hasteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo,
No adro do presbitério,
Ou quando o morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemitério;
Amo-te, ó cruz, até, quando no vale
Negrejas triste e só,
Núncia do crime, a que deveu a terra
Do assassinado o pó:

Porém guando mais te amo,
Ó cruz do meu Senhor,
É, se te encontro à tarde,
Antes de o Sol se pôr,

Na clareira da serra,
Que o arvoredo assombra,
Quando à luz que fenece
Se estira a tua sombra,

E o dia últimos raios
Com o luar mistura,
E o seu hino da tarde
O pinheiral murmura.

(...)

2 comentários:

  1. Optei por colocar este poema dado o calendário litúrgico.

    ResponderEliminar
  2. Não leve a mal, mas quando li "Na imagem vê-se Alexandre Herculano entre os seus pares" só me lembrei de "pares... de sapatos". :)

    ResponderEliminar