Alexandre Herculano faria hoje 200 anos. Dele li fragmentos: da História de Portugal - 1.ª época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III (1846-1853) e de Portugaliae Monumenta Historica (1856-1873). Dos romances que escreveu gostei de ler Eurico o Presbitero e o Bobo. Historiador, escritor, jornalista e político foi um dos pioneiros do Romantismo português.
x
Fotografia de Laura Castro Caldas e Paulo Cintra
Alexandre Herculano, A Harpa do Crente - A cruz mutilada. Porto: Porto Editora, 2003-2010.
(Trecho)
A CRUZ MUTILADA
Amo-te, ó cruz, no vértice, firmada
De esplêndidas igrejas;
Amo-te quando à noite, sobre a campa,
Junto ao cipreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te quando em préstito festivo
As multidões te hasteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo,
No adro do presbitério,
Ou quando o morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemitério;
Amo-te, ó cruz, até, quando no vale
Negrejas triste e só,
Núncia do crime, a que deveu a terra
Do assassinado o pó:
Porém guando mais te amo,
Ó cruz do meu Senhor,
É, se te encontro à tarde,
Antes de o Sol se pôr,
Na clareira da serra,
Que o arvoredo assombra,
Quando à luz que fenece
Se estira a tua sombra,
E o dia últimos raios
Com o luar mistura,
E o seu hino da tarde
O pinheiral murmura.
(...)
Optei por colocar este poema dado o calendário litúrgico.
ResponderEliminarNão leve a mal, mas quando li "Na imagem vê-se Alexandre Herculano entre os seus pares" só me lembrei de "pares... de sapatos". :)
ResponderEliminar