Jusepe de Ribera, - O duelo de Isabella de Carazzi e Diambra de Pottinella, óleo sobre tela, 1636, Museu do Prado, Madrid.
É fácil encontrar na História da Pintura quadros cujos motivos sejam duelos com protagonistas masculinos, mas com protagonistas femininos a dificuldade aumenta, especialmente se se tratar, como nesta famosa tela de Ribera, de um duelo verídico.
Sobre a "tradição" duelística em si mesma, leia-se Alain de Botton:
(...) Desde as suas origens na Itália renascentista até ao seu termo na Primeira Guerra Mundial, a prática dos duelos reclamou a morte de centenas de milhar de europeus. Durante o século XVII, só em Espanha foi responsável por 5000 mortes. Os homens de visita ao país eram aconselhados a tomar cuidados redobrados quando se dirigissem aos locais, não fossem ofendê-los na sua honra e acabar enterrados no cemitério mais próximo. « Os duelos acontecem todos os dias em Espanha», declarava uma personagem de uma peça de Calderón. Em França, no ano de 1608, Lord Herbert de Cherbury reportava que « praticamente não havia homem digno desse nome que não tivesse matado alguém num duelo», ao passo que em Inglaterra era amplamente sabido que ninguém podia ser um gentleman antes de ter « desembainhado a espada ».
Embora os duelos fossem por vezes despoletados por questões objectivamente importantes, a maioria tinha origem em questões supérfluas, senão mesmo mesquinhas, de orgulho e honra. Em 1678, em Paris, um homem matou outro por este se ter referido à sua casa como sendo de mau gosto. Em Florença, em 1702, um literato pôs termo à vida de um primo que o acusara de não compreender Dante. Em França, sob a regência de Philippe d' Orléans, dois oficiais da guarda bateram-se no Quai des Tuileries pela posse de um gato persa.
- in STATUS- Ansiedade, trad. Pedro Serras Pereira, D.Quixote, 2005.
Não o conhecia. Estive no Museu do Prado mas não me lembro de o ter visto... é curioso.
ResponderEliminarSão muitos, são muitos :)
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