Considera o amor como um retoque num quadro antigo,
que subitamente o vem iluminar:
vimo-nos muitas vezes antes de seres no meu olhar
aquela luz em um país perdido
que tu quiseste em vão esconder, negar.
O quadro manteve o mesmo fulgor:
a reverberação no silêncio da perda,
o desamor.
Quem avivou o brilho das tintas, quem corrigiu o baço
sinal da morte? Falámos de uma dor
num fundo esbatido. Falámos do grito mudo do teu corpo.
Falámos de amor.
Luís Filipe Castro Mendes
In: Modos de música. Lisboa: Quetzal,1996
E já agora as palavras em itálico vêm daqui:
INSCRIÇÃO
Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...
Camilo Pessanha
Mas o verme, mesmo o mais pequenino, transforma-se numa borboleta que voa no sentido da Luz.
ResponderEliminarEstá à bica uma "Bibliofilia" sobre...
ResponderEliminarClaro, como na Lebre.
ResponderEliminar... Camilo Pessanha!
ResponderEliminarNo alvo,MR!
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