segunda-feira, 5 de abril de 2010

Leituras no Metro - 13

Aqui há dias escrevi num comentário, penso que no ARPOSE, que não gostava de Mia Couto. A verdade é que há muitos anos tinha tentado ler um livro dele e não apreciei aquele linguajar.
Veio há dias parar-me às mãos uma antologia de contos que a Leya distribuiu com o último JL, a qual foi, na semana passada, a minha leitura no Metro e que insere o conto «O menino que escrevia versos» de Mia Couto, que li com muito agrado. É dele este trecho:
«O pai da criança, mecânico de nascença e preguiçoso por destino, nunca espreitara uma página. Lia motores, interpretava chaparias. Tratava-a bem, nunca lhe batera, mas a doçura mais requintada que conseguira tinha sido em noite de núpcias:
«- Serafina, você hoje cheira a óleo Castrol.
«Ela hoje até se comove com a comparação: perfume de igual qualidade qual outra mulher ousa sequer sonhar?»

5 comentários:

  1. Bom dia, MR!
    Conheço mal Mia Couto, mas o que soa a falso, nele, é precisamente o epigonismo de por a máscara de G. Rosa. Quanto ao resto, acho que é um bom contador de histórias, o que já não nada mau.
    Sobre o "Castrol": tive há anos uma funcionária que tinha o colesterol alto. E, de cada vez que falava do problema, era "Castrol" que dizia. Eu tinha que fazer um esforço para não me rir. Acrescente-se que não era de Moçambique como o Mia - tinha nascido em Angola...

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  2. A verdade é que há anos nem deu para ver se era bom contador de histórias. Agora consegui chegar ao fim e gostei.

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  3. E o açougueiro:
    - Filha, hoje estás muito cheirosa! Esse perfume a bedum...

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  4. :)
    Há mais variantes? O droguista? (Hoje já não há drogarias...)

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