Julgo que muitos políticos deviam ler este poema.
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Detalhe da pintura de José Daniel Abrunheiro
NÃO TENHO AVESSO
Sou como sou, não tenho avesso,
nem outro rosto por detrás
deste que te olha do interior de mim.
A minha voz é o pensamento revelado
sem meandros nem sombras.
Quando falo estou em equação com os outros,
sou um número exacto, não a incógnita.
Quem me quiser basta olhar-me de frente,
dizer ao que vem com palavras de dentro
e a porta se abrirá como um abraço.
Mas se a porta ficar fechada,
volta apenas quando
os meus olhos não tropeçarem
na voz enganosa que me chama.
António Arnaut, As Noites Afluentes, Coimbra: Coimbra Editora, 2001, p.145
Políticos?
ResponderEliminarCaro Anónimo,
ResponderEliminarCada um pode ler o que quiser pode extrapolar para o amor, para a amizade e até para a política, esta última conhece a paixão do poder, a hipocrisia...etc.
"A minha voz é o pensamento revelado
sem meandros nem sombras.
Quando falo estou em equação com os outros,
sou um número exacto, não a incógnita.
Quem me quiser basta olhar-me de frente,..."
Há aqui uma qualquer confusâo entre juntar "versos" e fazer um poema. São coisas bastante diferentes.
ResponderEliminarPermita-me que discorde. Quem fez este poema teve o sabor doce e amargo da política. Claro, não sei se para o poeta este era também um alvo, para além dos outros que referi.
ResponderEliminarNa minha maneira de ver ou o que quero ver, é que este poema sobrepõe-se a qualquer um dos campos. :)