Há 450 anos, a 19 de Abril de 1560, falecia Philipp Melanchthon.
Filósofo, filólogo e teólogo, foi um dos principais impulsionadores da Reforma protestante na Alemanha. Com apenas doze anos ingressou na Universidade de Heidelberg, onde rapidamente concluiu o”Baccalaureus artium” para continuar os seus estudos de filosofia, matemática, música e astronomia em Tübingen. Dominando na perfeição o latim e o grego antigo, publicou uma gramática grega aos 15 anos. Impressionado pelas novidades, vindas de um monge de nome Martinho Lutero, partiu rumo a Wittenberg. Aberto às exigências do reformador, iniciou o seu professorado na universidade dessa localidade. Ensinando a língua grega, pretendia adquirir e transmitir novos conhecimentos através do estudo humanista de obras da Antiguidade. Intitulado “Praeceptor Germaniae”, dedicava-se com paixão e entusiasmo a este objectivo e uma educação profunda em vários campos permitia-lhe estabelecer facilmente ligações entre as diferentes ciências. Seus livros tornaram-se de leitura obrigatória nas escolas da época.
Melanchthon introduziu uma reforma escolar e universitária com especial atenção na educação clássica e humanista. O conceito liceal, ainda hoje seguido na Alemanha, remonta, na sua forma “primitiva”, a Melanchthon. E sob a sua direcção, tornou-se a Universidade de Wittenberg na instituição de ensino superior mais significativa da Europa.
O “preceptor” redigiu em 1521 a primeira dogmática luterana: Loci communes rerum theologicarum. Seu contributo na tradução da Bíblia, orientada por Lutero, terá sido incalculável, tendo em consideração que Melanchthon superava Lutero, quer em matéria de línguas antigas, quer em conhecimento da Escolástica medieval. Melanchthon interveio ainda na constituição da chamada “Confissão de Augsburgo” em 1530, documento chave da identidade da fé cristã protestante, apresentado a Carlos V durante a Dieta de Augsburgo (Baviera). Mas ao contrário de outros apoiantes da Reforma, aspirava a uma “reunificação” das duas confissões.
Philipp Melanchthon foi sepultado na Igreja Palatina de Wittenberg, ao lado de Martinho Lutero.
Segunda imagem: Tríptico da autoria de Lucas Cranach o Velho, mostrando no painel esquerdo Melanchthon a baptizar um recém-nascido na companhia de Martinho Lutero.
Gostei deste post sobre Melanchthon.
ResponderEliminarLi com prazer!
ResponderEliminarGosto do quadro. :)
interesante; e o nome.... que origem terá?
ResponderEliminarCS
Pergunta interessante do comentador CS: o apelido "original" de Philipp era "Schwarzerd" (alemão terra negra) que, traduzido para grego, se transformou em "Melanchthon"
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