António Arnaut reuniu no livro: As Noites Afluentes textos dispersos que eram escritos ao sabor da pena, do momento e do espírito.
O livro reune pensamentos, poesia, prosa poética, retalhos das inquietudes que a noite não deixa passar. Na voz do autor: "Reúnem-se neste livro, há muito anunciado, escritos que não couberam noutro lugar."
ÁRVORE TUTELAR
A ti me acolho
árvores tutelar da minha infância.
Conheço-te do tempo dos ninhos
quando descobri o mundo
na copa dos teus segredos
e senti no meu tronco
a seiva transbordante do teu corpo.
Por isso volto sempre ao teu regaço
para ver a lua, as estrelas, os pássaros
que pousam nos teus ramos
como os meus olhos em busca
do tempo aventuroso da raiz.
António Arnaut, As noites Afluentes, Coimbra: Coimbra Editora, 2001, p. 26
Gosto muito do poema.
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