sábado, 22 de maio de 2010

Cantigas à Ilha Terceira, à cidade, à Praia, e aos montes


Casa onde Vitorino Nemésio nasceu, na Praia da Vitória (Terceira), em 19 de Dezembro de 1901.


Casa das tias de Vitorino Nemésio, onde o escritor passou parte da infância e juventude.
Frente à casa encontra-se um busto do poeta, da autoria de Álvaro Raposo de França.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_de_Vitorino_Nem%C3%A9sio_(Praia_da_Vit%C3%B3ria)

Lá vai a Ilha Terceira,
Por riba dos mares afoitos,
Carregadinha de amores,
De mistérios e biscoitos!

Esta nossa Ilha Terceira
Sempre foi alto lugar:
Em amores, bodos e toiros
Fica bem a desbancar.

A Ilha Terceira é fêmea,
Sã Miguel saiu Varão,
A Graciosa rapariga
E Sã Jorge tubarão…

[…]

Ó leal cidade de Angra,
Mimória do meu amor,
Pisão da minha alegria,
Castelo da minha dor!

Angra, maioral cidade,
Desterro do Gungunhana,
Onde fui às cavalhadas
No meu cavalo de cana.

[…]

Não há terra como a Praia,
Nem abrasão como o seu,
Não há gente como aquela,
Não há amor como o meu!

[…]

Vitorino Nemésio
In: Poesia: 1950-1959. Lisboa: Imp.-Nac.-Casa da Moeda, 2007, vol. 2, t.1, p. 40-41

2 comentários:

  1. Eis um poeta múltiplo e um dos maiores do nosso séc.XX. Que sabia ser popular ou erudito,consoante a situação ou sentimento.

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  2. Estas cantigas são engraçadíssimas. Se não fossem tão extensas, tinha-as postado todas.
    É um dos meus preferidos, deve estar entre os cinco primeiros.

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