segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lembrando Madame de Lamballe

Poderia falar do casamento de Luís XVI e Maria Antonieta, cuja data passou recentemente, mas prefiro falar de uma figura que me merece o maior respeito. Falo da Princesa de Lamballe, que reputo como verdadeira mártir da amizade.
Esta mulher, princesa pelo nascimento e pelo casamento, foi das poucas verdadeiras amigas de Maria Antonieta. E pagou com a vida essa perigosa amizade.
Passo a lembrar: na sequência da Revolução Francesa, os mais endinheirados e/ou precavidos aristocratas e mesmo príncipes de sangue conseguiram fugir de França antes de começaram os grandes tumultos e aquilo a que se chamou mais tarde o Terror e o Grande Terror, aqueles dias em que a guilhotina trabalhava de dia e de noite não poupando ninguém: os aristocratas, os girondinos e mesmo os religiosos e religiosas que recusavam aceitar a Nova Ordem.
Ora, apesar de estar a salvo no estrangeiro, a Princesa de Lamballe temia pela vida do casal real e obedecendo aos ditames da amizade decidiu regressar a França para acompanhar os reis na provação. Acabou por morrer antes dos seus régios amigos, morta e mutilada por uma multidão em fúria, acabando espetada a sua cabeça num chuço e desfilada pelas ruas de Paris.
É este regresso a França, contra toda a prudência, para estar perto dos amigos em dificuldades que me levam a considerá-la como mártir da amizade. E ontem prestei-lhe a homenagem possível.
P.S. - Para o JAD que, acreditem ou não, está na génese deste post.

3 comentários:

  1. É um bonito retrato e as flores dão o toque final ao brilho do vestido!

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  2. Amizade quando existe... é amizade. Ao Luís com amizade!

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  3. E tem de ser realmente para as boas e más horas.Obrigado pela lembrança da data.

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