Nunca gostaram do meu nome: Baco.
E o sobrolho franziram ao meu Sérgio,
à nossa paixão, vida paralela.
A isso me refiro, não ao resto
da tão convencional lenda piedosa
que nos coube com auréola torta
em nossa cabeça enterrada à força
- pois puritanos gostam de fingir
por conformismo, por conveniência
que fomos iguais, pelo figurino,
a todos os santos de calendário.
A nossa paixão, vida paralela
-tais coisas originam embaraço
em raquíticas almas de cristãos.
José António Almeida, O casamento sempre foi gay e nunca triste, &etc, 2009, p.45
Fabuloso!
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