Acabam hoje as festas do Espírito-Santo. Durante sete Domingos, depois da Páscoa, os populares festejaram em algumas regiões do País, e em especial nos Açores, as festas do Espírito-Santo, em que a "coroa e o ceptro" estiveram sempre presentes. Acabou com a coroação (não é obrigatório ser de uma criança). A "sopa do Espírito-Santo" é dada a todos e hoje em especial, aos que não pertencem ao próprio Império.
Acrescento, depois do primeiro comentário: a imagem do altar de um Império, antes da colocação da Coroa e do Ceptro principais, que só chegam durante a vigília do Pentecostes.
Império dos Quatro Cantos (altar), Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores.
Um altar?
ResponderEliminarSim, um altar, em que só aparece a coroa e o ceptro. A coroa (de três braços) é encimada pela orbe (esfera que representa o mundo) sobre a qual está a simbólica pombinha.
ResponderEliminarAs festas do Espírito Santo, nos Açores, são deliciosas e um manancial para percebermos os afectos e a relação com Deus dos açorianos.
ResponderEliminarOs altares são a imagem de marca destas festas.
Estou no 1ºano do curso de Estudos Artísticos da Universidade Aberta e preciso fazer um trabalho sobre sequência textual prototípica. Lembrei-me de procurar no vosso blogue, que faz parte da minha lista, para ver se encontro algo que ajude.Mas parece que não...
ResponderEliminarEstudar sem o acompanhamento dos docentes é obra...
Porque vivi no Pico e me lembro destas festas, gostaria de deixar as palavras de Natália Correia:
ResponderEliminar"(...) este confronto do precário
e do eterno em que a relação com o transcendente resgata o ser da humilhação que lhe é infligida pelo
seu estar mitigado gera um estado de alma propenso a uma religião sem mediação eclesiástica".
in, Açores: o lugar do Espírito, em Cultura Portuguesa, 1, 1981, Ponte Delgada, Signo, 1989, p. 9-11
"Quais as forças criadoras que conseguiram impulsionar e manter, no mesmo alto grau de esplendor,
através de cinco séculos, o culto popular pela terceira pessoa da Santíssima Trindade? Primeiro, sem dúvida,o sentimento nobilíssimo que o inspirou - o da Caridade; segundo, os muitos milagres atribuídos ao Espírito
Santo, nas épocas calamitosas dos terremotos e "rebentões de fogo" que espalham a desolação e o terror".
Helder Fonseca Mendes artigo sobre a origem das Festas do Espirito Santo.
A explicação para a adoração popular do Espírito Santo remonta ao povoamento das ilhas e está ligado às adversidades da Natureza, que é imponente.
No Pico, que foi onde morei, todos os dias a fumarola do Picaroto lembrava que as entranhas da Terra estavam em permanente actividade, pequenos sismos eram ferquentes, eu já nem os sentia. Pude observar o culto ao Espírito Santo, a construção dos Impérios "altares", segundo as gentes açorianas.
Natália Correia explicou bem o carácter profano da festa do espírito Santo. Os "Impérios", "altares" (entre aspas) são a personificação arquitectónica e simbólica de adoração do Espírito Santo.