Morreu discretamente aos 87 anos, como viveu a maior parte da sua vida dedicada à poesia, ao teatro, à música. Ligado ideológicamente ao Estado Novo, sobretudo aos valores da Pátria que cantou em belíssimos poemas, viu ser-lhe feita alguma justiça na última década, com a publicação pela Imprensa Nacional em 2004, da sua obra poética "António Manuel Couto Viana - 60 anos de Poesia".
Falando da sua morte, Mário Cláudio, disse que "foi muito injustiçado, porque era dos poucos escritores de talento que estavam ao lado do Antigo Regime" e Jorge Letria, vice-presidente da SPA, referiu que "morreu um poeta de grande mérito com um percurso discreto por razões ideológicas".
O PÁSSARO FATAL
Aquele pássaro inquieto e inquietador
Que ia poisar-me na mão aberta
E me escrevia juventude e amor
Na minha letra desenhada e certa,
Vou, há quanto tempo, do meu céu.
Deixou-me algumas penas. Mas nenhuma
Sabe traçar aquele que sou eu,
Oculto, agora, em solidão e brum
Com saudades lembro as suas asas,
Palpitantes, no alor da Primavera,
Sobre o meu coração, voando, rasas,
A fremir a a arfar: espera! Espera!
A esperar, afinal, este final?
Porque não findas, poeta, quando finda
O voo desse pássaro fatal
E, já sem nada seres, vens escrever-te ainda?
Meu caro JMS:
ResponderEliminargostei muito do seu post. Como não tenho o seu email, tenho que lhe dizer aqui que o retrato que postou é do Alberto Lacerda e não do António Manuel Couto Viana.
As melhores lembranças,
A.S.
Caro A.S.,muito obrigado pelo comentário e pela chamada de atenção. Já está emendado. Um abraço.
ResponderEliminarGostei do poema. :)
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