http://www.cm-lisboa.pt/archive/img/Terreiro_do_Pa_o_Foto_n_o_identificada_1.jpg
«Lisboa ali estava, oferecida na palma da terra, agora alta de muros e casas. A barca aproou à Ribeira, fez o mestre manobra para encostar ao cais depois de ter arriado a vela, e os remadores levantaram num só movimento os remos do lado da atracação, os do outro lado harpejaram a amparar, mais um toque no leme, um cabo lançado por cima das cabeças, foi como se se tivessem juntado as duas margens do rio.»
José SaramagoIn: Memorial do convento. Lisboa: Círculo de Leitores, 1983, p.
Rua do Alecrim
«A porta do hotel, ao ser empurrada, fez ressoar um besouro eléctrico, em tempos teria havido uma sineta, derlim, derlim, mas há sempre que contar com o progresso e as suas melhorias. Havia um lanço de escada empinado, e sobre o arranque do corrimão, em baixo, uma figura de ferro fundido levantava no braço direito um globo de vidro, representando, a figura, um pajem em trajo de corte, se a expressão ganha com a repetição alguma coisa, se não é pleonástica, pois ninguém se lembra de ter visto pajem que não estivesse em trajo de corte, para isso é que são pajens [...].»
José SaramagoIn: O ano da morte de Ricardo Reis. 8.ª ed. Lisboa: Caminho, 1986, p. 19
trekearth.com
In: História do cerco de Lisboa. Lisboa: Caminho, 1989, p. 71
«O revisor está revendo, entra pelo Arco Escuro, a conhecer a escada que o historiador protesta ser uma que naquele tempo dava acesso ao adarve da cerca, ou melhor, está esta no sítio onde se acharia a outra de origem, aos degraus da de agora não os gastaram mais do que duas ou três gerações. Raimundo Silva observa com vagar as janelas escuras, as fachadas salitrosas e encardidas, os registos de azulejos [...].»
José SaramagoIn: História do cerco de Lisboa. Lisboa: Caminho, 1989, p. 71
Limitei-me e escolher citações dos três livros que prefiro, de entre os que li, de José Saramago.
Este Hotel Bragança (Rua do Alecrim) foi o tal que um crânio que dá pelo nome de Santana Lopes comprou, quando presidente da CML, pensando que estava a adquirir o queirosiano Hotel Bragança (da antiga Rua do Ferragial, hoje Victor Cordon)...
ResponderEliminarOportuno, e pragmático.
ResponderEliminarSobre o SL não vale apena falar..nem no ó-Lara-li-ló-lé...
E o que fará o Cavaco? Aceitam-se apostas?
ResponderEliminarE são os três melhores livros dele.
ResponderEliminarQuanto a Cavaco, parece que não irá à Câmara. Mas convenhamos que a posição dele não é fácil. "Preso por ter cão e por não ter". Se se cola às cerimónias fúnebres, ainda o acusam de hipocrisia e/ou oportunismo político, se não aparece é porque despreza Saramago mesmo depois da morte deste. Não é fácil.
Teria sido mais fácil, à época, correr com o subsecretário de Estado da Cultura, o inefável Sousa Lara,ou tentar algum tipo de apaziguamento mais tarde. Se bem que Saramago tb não era pêra doce ...
Por mim, devia ir como Presidente da República. E mais nada. Mas como a coragem não é o forte dele, acho que não vai.
ResponderEliminarE a assessora cultural dele?
Ouvi «o inefável Sousa Lara» dizer, há pouco na tv, que voltaria a fazer o mesmo. E falou do Caim. É preciso ser burro - sem mistura, como dizia o meu pai.
Aliás bastará tomar conhecimento da atitude de Mariano Rajoy, para se ver a grandeza de um Espanhol, e a pequenez de horizontes de alguns homens de Boliqueime.
ResponderEliminarTambém ouvi e sorri. :)
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