O torcedor do América F. C.
O desábito de vencer
não cria o calo da vitória;
não dá à vitória o fio cego
nem lhe cansa as molas nervosas.
Guarda-a sem mofo: coisa fresca,
pele sensível, núbil, nova,
ácida à língua qual cajá,
salto do sol no Cais da Aurora.
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A Ademir Meneses
Você, como outros recifenses,
nascido onde mangues e o frevo,
soube mais que nenhum passar
de um para o outro, sem tropeço.
Recifense e, assim, dividido
entre dois climas diferentes,
ambidestro do seco e do úmido
como em geral os recifenses,
como você, ninguém passou
de dentro de um para o outro ritmo
nem soube emergir, punhal, do lento:
secar-se dele, vivo, arisco.
João Cabral de Melo Neto
In: Poesia completa. Lisboa: IN-CM, 1986, p. 82, 97-98
E hoje joga novamente o Brasil.
ResponderEliminarEntão... intencional!...
ResponderEliminarE como vai o jogo?
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