A grande maioria da pintura dos séculos XIV-XVI (para não falar dos seguintes) não se encontra datada. Então como é que o Historiador faz para datar uma obra? A resposta é: pela Estética e pela Técnica. Assim se chega à época, aproximada, em que o quadro ou a pintura foi realizada. Esta regra aplica-se às diferentes artes (incluindo nela a moeda, a tipografia, etc, etc).
A primeira das artes - que chegou aos nossos dias - para o território nacional desde o Condado Portucalense é, sem dúvida, a arquitectura.
Quando olhamos para as casas que uma cidade nos apresenta hoje, século XXI, e queremos saber de que época são – e estou a pensar numa cidade que não tenha sofrido grandes cataclismos naturais – como por exemplo o Porto, Guimarães ou Coimbra.... não basta dizer que por se situarem dentro de uma muralha do século XII ou XIII, em ruas que já existiam nessa época, são casas medievais.
Todos temos consciência que existem princípios de estética e de aspecto formal que nos dizem (ou podem dizer), com um simples olhar (ou com um olhar mais atento) que essas casas indiciam ser anteriores, contemporâneos ou posteriores a essa muralha ...
Mas não vamos chegar ao pormenor de uma simples casa de habitação, onde as mudanças, transformações e adaptações são mais constantes.
Olhemos, por exemplo, para o Mosteiro de Santa Cruz. Todos sabemos que foi fundado no século XII (1131) e que nele foi enterrado D. Afonso Henriques (que morreu em 1185). Então o Mosteiro de Santa Cruz e o túmulo desse rei são do século XII, diria o leigo. Mas se se olhar para a fachada da Igreja, ou para a abóbada da mesma Igreja, ou para o túmulo deste Rei do território Portucalense, vamos consciencializar que se trata de obras ao gosto e ao modo do estilo chamado Manuelino (séculos XV-XVI). Logo a fachada, o tecto e o túmulo.... para não falar do resto - são ou do reinado, ou posteriores ao reinado, de D. Manuel I (1495-1521).
A primeira das artes - que chegou aos nossos dias - para o território nacional desde o Condado Portucalense é, sem dúvida, a arquitectura.
Quando olhamos para as casas que uma cidade nos apresenta hoje, século XXI, e queremos saber de que época são – e estou a pensar numa cidade que não tenha sofrido grandes cataclismos naturais – como por exemplo o Porto, Guimarães ou Coimbra.... não basta dizer que por se situarem dentro de uma muralha do século XII ou XIII, em ruas que já existiam nessa época, são casas medievais.
Todos temos consciência que existem princípios de estética e de aspecto formal que nos dizem (ou podem dizer), com um simples olhar (ou com um olhar mais atento) que essas casas indiciam ser anteriores, contemporâneos ou posteriores a essa muralha ...
Mas não vamos chegar ao pormenor de uma simples casa de habitação, onde as mudanças, transformações e adaptações são mais constantes.
Olhemos, por exemplo, para o Mosteiro de Santa Cruz. Todos sabemos que foi fundado no século XII (1131) e que nele foi enterrado D. Afonso Henriques (que morreu em 1185). Então o Mosteiro de Santa Cruz e o túmulo desse rei são do século XII, diria o leigo. Mas se se olhar para a fachada da Igreja, ou para a abóbada da mesma Igreja, ou para o túmulo deste Rei do território Portucalense, vamos consciencializar que se trata de obras ao gosto e ao modo do estilo chamado Manuelino (séculos XV-XVI). Logo a fachada, o tecto e o túmulo.... para não falar do resto - são ou do reinado, ou posteriores ao reinado, de D. Manuel I (1495-1521).
Interior da Igreja do Mosteiro de Santa Cruz (Coimbra): abóbada "manuelina" .
E o orgão é apenas do século XVIII
ResponderEliminarGostei muito deste seu post. E não foi só por falar de Guimarães. Será que Évora não se poderá juntar às cidades que referiu?
ResponderEliminarObrigada por esta descrição, é óbvio que cada época tem a sua característica.
ResponderEliminarOs monumentos sofreram desde sempre:
- a influência de cada reinado;
- alterações inerentes a melhorias;
- a ofertas de mecenas;
- ao contributo de patronos com o intuito de se ganhar o céu, etc., etc.
No entanto, há outros documentos que não são fáceis de catalogar com uma percepção instantânea.
O interesse das peças reside nessa procura.
Nem todos temos o olho clínico para tudo.
Obrigada.
Santa Cruz faz parte das minhas igrejas de estimação.
ResponderEliminarEspero que um dia o Jad fale da Capela Relicário que é sui generis, construída tardiamente, agora, neste momento, não me lembro da data.
Esta capela raramente é visistada e esteve em riscos de ruir, não há dinheiro ... lamentavelmente!
Caro APS.
ResponderEliminarSem dúvida que Évora, como outras cidades, se podem incluír. Espero não me esquecer de a referir...
Esperemos pelos próximos. Que vai haver continuação, não? E noutras áreas, espero.
ResponderEliminarE apesar dos "olhos clínicos" há sempre casos em que se tem mesmo de ficar pelo "talvez", "pensamos que", "é mais provável do que". Tenho acompanhado os "Encontros com o Património" aos sábados de manhã na TSF e é uma constante.
ResponderEliminarE parabéns pelo post.