Como se do início de uma nova guerra mundial se tratasse, o Daily Mirror britânico anunciava o fim dos Beatles a 10 de Abril de 1970: a manchete “Paul is quitting the Beatles” preenchia a primeira página do jornal - um dia negríssimo para os milhões de fãs dos Fab Four. Com o final da década de 60 terminava também o conjunto mais célebre de todos os tempos.
A separação mediática era meramente uma formalidade, já que McCartney, Lennon, Harrison e Starr se encontravam em desavenças há muito, seguiam ou tentavam seguir uma carreira como solistas, mantendo apenas a fachada de um grupo musical para o exterior. “Get Back”, editado sob o título “Let It Be” em 1970, constituiria o último projecto em comum.
Em declarações à imprensa, Lennon manifestava uma certa surpresa quanto à atenção dada. Em seu entender, tratava-se apenas do fim de um conjunto, e não do fim do mundo. A morte lenta dos Beatles ter-se-ia iniciado com o falecimento de Brian Epstein, assim afirmava Lennon.
Para a comunidade infindável de admiradores, o dia 10 de Abril de 1970 significaria o fim de tudo: de uma era, de um fenómeno, de um sentimento que cresceu ao longo da década anterior, reflectindo uma convulsão social inédita – as duas imagens (Beatles 1964 vs 1970), aliás, reflectem, pelo menos em matéria de visual, bem a mudança profunda que o hemisfério ocidental percorrera em apenas meia dúzia de anos.
A esperança de que os quatro artistas de Liverpool viriam “reunificar-se” um dia, morreu definitivamente com o desaparecimento de John Lennon em 1980. Uma década antes, durante o Verão de 1970, reinavam os Beatles pela última vez nos charts internacionais com Let It Be, já publicado aqui por Luís Barata.
Acabou mas nunca vão morrer.
ResponderEliminarMuito interessante esta lembrança!
Abriram muitos caminhos na música. E nas mentalidades.
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