segunda-feira, 5 de julho de 2010

Verão de 1970

Como se do início de uma nova guerra mundial se tratasse, o Daily Mirror britânico anunciava o fim dos Beatles a 10 de Abril de 1970: a manchete “Paul is quitting the Beatles” preenchia a primeira página do jornal - um dia negríssimo para os milhões de fãs dos Fab Four. Com o final da década de 60 terminava também o conjunto mais célebre de todos os tempos.

A separação mediática era meramente uma formalidade, já que McCartney, Lennon, Harrison e Starr se encontravam em desavenças há muito, seguiam ou tentavam seguir uma carreira como solistas, mantendo apenas a fachada de um grupo musical para o exterior. “Get Back”, editado sob o título “Let It Be” em 1970, constituiria o último projecto em comum.

Em declarações à imprensa, Lennon manifestava uma certa surpresa quanto à atenção dada. Em seu entender, tratava-se apenas do fim de um conjunto, e não do fim do mundo. A morte lenta dos Beatles ter-se-ia iniciado com o falecimento de Brian Epstein, assim afirmava Lennon.
Para a comunidade infindável de admiradores, o dia 10 de Abril de 1970 significaria o fim de tudo: de uma era, de um fenómeno, de um sentimento que cresceu ao longo da década anterior, reflectindo uma convulsão social inédita – as duas imagens (Beatles 1964 vs 1970), aliás, reflectem, pelo menos em matéria de visual, bem a mudança profunda que o hemisfério ocidental percorrera em apenas meia dúzia de anos.

A esperança de que os quatro artistas de Liverpool viriam “reunificar-se” um dia, morreu definitivamente com o desaparecimento de John Lennon em 1980. Uma década antes, durante o Verão de 1970, reinavam os Beatles pela última vez nos charts internacionais com Let It Be, já publicado aqui por Luís Barata.

2 comentários:

  1. Acabou mas nunca vão morrer.
    Muito interessante esta lembrança!

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  2. Abriram muitos caminhos na música. E nas mentalidades.

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