Situada a norte de Caen, Omaha Beach foi uma das praias da costa normanda a ver a chegada da frota dos Aliados a 6 de Junho de 1944. Com 7000 navios de guerra e lanchas de desembarque e milhares de pára-quedistas, iniciava-se, na madrugada do Dia D, a operação de libertação mais extraordinária da Segunda Guerra Mundial.
Os primeiros soldados americanos, a saltar das lanchas em direcção a Omaha Beach (nome do código militar), enfrentaram quase meio quilómetro de distância sem qualquer protecção até às falésias. Dos 6000 homens que integravam as primeiras divisões, mais de metade morreu ou ficou gravemente ferida até ao amanhecer. Bloody Omaha viria a ser uma alcunha infelizmente apropriada.
Noutras praias vizinhas, como em Utah Beach, a batalha não foi menos mortífera. Todavia, a libertação do continente europeu da ocupação alemã mostrava alguns resultados animadores: ainda na manhã de 6 de Junho, era libertada a primeira aldeia francesa (Sainte-Mère-Eglise), e a ponte de Bénouville, importante sob o ponto de vista estratégico, fora tomada por forças britânicas.
Em Omaha Beach, encontra-se hoje em dia um cemitério militar americano, onde estão sepultados 9.387 soldados americanos que perderam a sua vida a 6 de Junho ou durante as operações subsequentes. Numa área extensa de relvado, foram colocadas 9.387 lápides em mármore branco, em forma de cruz ou de estrela de David. A actual estrutura do cemitério remonta a 1956, tendo substituído o cemitério provisório de 8 de Junho de 1944. No Walls of the Missing, num jardim semicircular na ala leste, estão inscritos 1.557 nomes de soldados não identificados.
A visita a Omaha Beach torna-se numa experiência única. O confronto com um dos mais ferozes e tristes capítulos da história da Humanidade decorre num cenário idílico e quase paradisíaco. Em respeito pelas vítimas, reina o silêncio, apesar das multidões de turistas. A sensação que se vive noutros cemitérios próximos (para os soldados britânicos, canadianos e alemães) não será diferente.
Como no caso de Omaha Beach, seus corpos jazem hoje em terras de Europa que muito a eles deve.
O que teria sido da Europa... e do mundo.
ResponderEliminarImagino que deve ser comovente.
ResponderEliminarHá uns anos fui visitar o campo de concentração do Tarrafal com uns amigos. Eu não queria ir, mas tanto me chatearam. E não o devia ter feito porque até me senti mal e vim-me embora. Na altura estava completamente abandonado, e um fulano que tinha a chave fez-nos uma visita guiada.
Lembrei-me disto porque ele está(va) situado junto a uma praia deslumbrante.
Sem eles a barbárie teria continuado muito mais tempo. O meu reconhecimento pelo seu sacrifício e as minhas orações.
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