domingo, 22 de agosto de 2010

Salzburgo e o seu festival: 1960 - 1989


A inauguração do novo auditório Grosses Festspielhaus a 26 de Julho de 1960 marca o início de uma nova era na história do Festival de Salzburgo. Sob a direcção de Herbert von Karajan, sobe ao palco, nesse serão, o „Cavaleiro da Rosa“ de Richard Strauss. O espaço com capacidade para 2.200 espectadores impressiona com dimensões imbatíveis: o palco mede 32 metros de comprimento e mais de 100 metros de largura. Destina-se, em primeiro lugar, ao repertório do século XIX e, curiosamente, não à obra operática de Mozart. Ainda que von Karajan integrasse um orgão directivo, constituído por vários membros, as orientações decisivas, quanto à organização e ao rumo das jornadas, eram quase exclusivamente tomadas por ele. Daí a alcunha do „último governante absolutista“, dada após o desaparecimento do maestro em 1989.

Em décadas anteriores, a companhia residente da Wiener Staatsoper dominava os papéis prinicipais. Von Karajan consolidou a internacionalização do festival ao requisitar artistas internacionais de grande craveira que actuavam nos palcos de referência, entre eles, Giuseppe Taddei, Franco Corelli, Leontyne Price, Jon Vickers, Nicolai Ghiaurov, Mirella Freni, Plácido Domingo ou José Carreras.
O jet-set internacional juntou-se assim aos verdadeiros melómanos que, felizmente, se mantiveram em maioria. A importância do festival como factor macro-económico para a região de Salzburgo aumentou significativamente


- to be continued -

Imagens: Herbert e Eliette von Karajan; Mirella Freni, uma das cantores "preferidas" de von Karajan; A produção do "Rapto do Serralho" com Luciano Damiani, Giorgio Strehler (realizador) e Zubin Mehta

3 comentários:

  1. Há uns tempos li uns artigos sobre von Karajan que mostravam esse aspecto despótico. No entanto, a excelência dele apagava essa faceta.

    Obrigada Filipe!

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  2. Do que conheço, Mirella Freni também é das minhas preferidas. :)
    Bom dia!

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