Maria João Seixas conduziu uma série de Conversas que foram pubicadas na revista Pública. A editora Ambar compilou-as. Surgiu assim, o livro Entre/Vistas II// (só encontrei o 2º volume).
Ao ler este conjunto interessante de entrevistas, ou melhor conversas, notei que havia duas perguntas padrão. Detive-me numa delas e escolhi-as para as partilhar no Prosimetron. Entre os vários entrevistados seleccionei algumas respostas.
x
Maria João Seixas: Dê-me uma palavra de eleição.
x
Fr. José Augusto Mourão, dominicano, professor universitário de Teoria da Literatura da UNL :
- Alegria-triste.
x
Clara Pracana, psicoterapeuta psicanalista:
- Luz.
A luz era para os gregos da época clássica a razão e a vida. A luz como claridade do pensamento, como fonte do saber. Eu acho que a psicanálise e os gregos, sobretudo os poetas, têm muito em comum. Tem a ver com a noção de "aletheia" de "desvelamento", de verdade, o que me atrai na cultura grega, e também na psicanálise, é esse jogo de luz e sombras,ou seja, a razão e o indizível, o oculto. Ambas procuram chegar à Verdade, sabendo que é preciso perceber as sombras para se chegar à Luz, à claridade do que é.
x
Rui Vieira Nery, musicólogo:
- Esperança.
x
Michael Biberstein, pintor:
- Tolerância.
x
Alberto Seixas, cineasta:
- Felicidade.
x
Manuel Graça Dias, arquitecto:
- Cidade.
Porque é um território de liberdade, de democracia, onde confrontamos as nossas diferenças com os outros, onde negociamos diariamente a dificuldade de vivermos juntos e há milhares de anos que o conseguimos fazer. Porque é um território da imprevisibilidade, porque somos muitos, porque estamos juntos, porque temos desejos diferentes. Porque é um território com uma história anterior a nós e que continuará depois de nós. Porque é um território constantemente incendiado de surpresas.
x
João Lobo Antunes, neurocirurgião:
- Ser inteiro.
x
Lawrence Freeman, monge beneditino:
- Um e outro
x
Maria Barroso, presidente da Fundação Pro Dignitate:
- Verdade.
Verdade é uma palavra que está permanetemente no meu espírito e no meu coração. E também: fidelidade. Fidelidade às ideias, aos princípios, aos amigos.
x
Francisco Vaz Silva, antropólogo:
- Inclusão.
x
Eduardo Batarda, pintor:
- Água.
Não é por termos estado a beber água. "Vinho" é muito eucarístico. Uso tintas de água. pedires-me que explique estraga tudo. Deixa as coisas para os analistas da algibeira. Sou transparente.
x
Rui Rasquilho, director do Mosteiro de Alcobaça (na época da entrevista):
- Maria Manuel.
É o nome da minha mulher, companheira inseparável das aventuras da minha vida.
x
Maria João Seixas, Entre/ Vistas II//, Porto: Ambar, (Prefácio Inês Pedrosa), 2007, p. 34, 51, 69, 85, 103, 121, 200, 216, 232, 248, 282, 300.
Sem comentários:
Enviar um comentário