Sébastien Bourdon, Cristina da Suécia a cavalo, 1653, óleo sobre tela, 383x291cm, Museu do Prado, Madrid.
É realmente esta extraordinária rainha, patrona das artes e das ciências e protectora de Descartes, a única mulher que está sepultada na cripta da Basílica de São Pedro em Roma. Não por vontade dela, que não o queria, mas por decisão papal.
E tal como eu disse ontem em comentário, foi um acontecimento espectacular: a mais famosa conversão da Europa Moderna.
Relembro o contexto para os mais esquecidos: depois de uma guerra terrível, que devastou a Europa Central, terminada pela Paz de Vestefália, eis que um dos protagonistas "muda de campo"- a rainha da Suécia decide converter-se ao catolicismo, e percebe que na sua Suécia protestante tal implica abdicar do trono, o que faz, deixando em estado de choque os seus súbditos mas também as outras nações, protestantes e católicas.
Segue-se depois a ida para Roma, onde se instala no Palácio Farnese e é muito acarinhada pelo Papa e pelos romanos- melhor propaganda para a Santa Sé não se pode imaginar...- e onde virá a morrer anos depois.
Termino este curtíssimo esboço biográfico com uma dúvida que muitos historiadores e biógrafos de Cristina continuam a levantar: a abdicação e subsequente conversão da rainha sueca deveram-se apenas à sua fé, ou também ( e sobretudo dizem alguns) ao seu grande desejo de liberdade pessoal, de viver a sua vida fora dos constrangimentos de um trono? Entre viver em Estocolmo, presa a obrigações, ou na Roma do séc.XVII livre de preocupações que não as intelectuais e estéticas...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar...e a Rainha gostava muito do Padre António Vieira.
ResponderEliminarOs seus posts sobre este tema são interessantes!
Bom fim-de-semana! :)