Não posso adiar o coração
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
Volto a colocar no Prosimetron este poema, que é um dos meus preferidos.
Saúdo!
ResponderEliminarAdoro a poesia de António Ramos Rosa e, particularmente, este poema "Não posso adiar o coração".
ResponderEliminarDeixo, de cor, outro:
"Na lucidez do corpo / num impulso de terra / alcançar sem entraves o domínio mais suave."
Espero não me ter enganado.