Na seguinte iconografia da escola Novgorod do século XII, vemos Cristo, já como menino nascido no ventre da Virgem, o que corresponde à interpretação ortodoxa da incarnação: a concepção de Jesus realiza-se no momento da anunciação. Esta obra é uma das primeiras imagens a mostrar Deus, como rei num trono na parte superior do ícone (Galeria Tretyakov, Moscovo).
A Anunciação segundo Andrea del Sarto de 1528 segue as características da pintura renascentista italiana em todo o seu esplendor. O anjo, como se de um ser humano se tratasse (se ignorássemos as asas e a auréola), surpreende a Virgem na leitura de um livro, normalmente associado ao livro da profecia de Isaías a anunciar o nascimento de Emanuel. O lírio simboliza, evidentemente, a pureza (Palazzo Pitti, Florença).
O século XX, pouco fértil em imagens dedicadas à Anunciação, faz-se representar aqui através de Oskar Kokoschka. O pintor austríaco recorre neste quadro, datado de 1911, à arte bizantina primitiva que por vezes retrata o anjo a encontrar a Virgem a buscar água. O vaso, pouco visível no canto inferior direito, entorna-se. O facto do anjo estar praticamente despido deve-se naturalmente à interpretação moderna de Kokoschka (e não à imagem habitual bizantina...). (Museum am Ostwall, Dortmund, Alemanha).
Desconhecia a visão de Kokoschka, mais inabitual.
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