quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Nuvem do Não-Saber

Este post veio na sequência do post interessante de Jad. Não tem nenhum ponto de contacto a não ser, na minha maneira de ver, a metodologia utilizada pelo anónimo e a origem de muitos trabalhos de investigação para se apurar a identidade. A pouca segurança de um nome eternizou este tratado como obra de um anónimo. Sugiro a leitura do prefácio que é muito interessante.


«Capítulo XXXV

Quem ainda é aprendiz na arte da contemplação
deve recorrer a três meios: a leitura,
a meditação e a oração

Todavia, quem ainda é aprendiz na arte da contemplação deve recorrer aos seguintes meios: a leitura, a meditação e a oração. Destes três meios encontrarás a respectiva descrição na obra de outro autor, que fala deles bem melhor do que eu; por isso, é desnecessário que eu me detenha a expor aqui as qualidades de cada um deles. Contudo, posso dizer o seguinte: estes três meios estão de tal forma ligados entre si, que os principiantes e os discípulos mais adiantados (não me refiro, é claro, aos que já adquiriram a perfeição alcançável nesta vida!) só poderão meditar como convém, se primeiro lerem ou escutarem.»


Anónimo do Século XIV, A Nuvem do Não-Saber, Lisboa: Assírio & Alvim, (prefácio de José Mattoso, tradução e notas Lino Correia Marques de Miranda Moreira, O.S.B.) p. 104


«A nuvem do não-saber», Cloud of unknowing, é um pequeno tratado escrito no século XIV, por volta de 1380, em inglês, por um autor desconhecido. Insere-se num conjunto de obras de tema espiritual, também do século XIV.»
José Mattoso.

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