Caçadas de Pedrinho é uma obra de Monteiro Lobato (1882-1948), escrita em 1933.
Nunca li este livro, logo socorro-me da Wikipédia para saber algo da sua história: «O livro relata uma descoberta do Marquês de Rabicó: uma onça anda rondando as proximidades do Sítio do Picapau Amarelo. Pedrinho e Narizinho decidem, então, organizar uma expedição para caçar a fera, mas sem avisar Dona Benta ou Tia Nastácia, que com certeza se oporiam à aventura. Durante a caçada, eles encontram Quindim, um rinoceronte falante, e decidem trazê-lo para morar no sítio.»
E porque fiquei com vontade de ler o livro? José Carlos de Vasconcelos, no editorial do JL (1 Dez. 2010, p. 3), escreve sobre uma polémica acesa no Brasil depois da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação daquele país ter emitido um parecer, pelo qual deveria deixar de ser usado nas escolas como livro de texto este Caçadas de Pedrinho. E porquê? Por ter um cunho «racista», «por isso não devendo ser uma daquelas obras que o Estado compra às centenas de milhar, senão milhões, para as escolas. Cunho racista por 'pecados' tão graves como uma personagem dizer que só toma leite para não ficar preta ou outra (Emília) dizer, a certa altura, "... parecem-me muito grosseiras e até bárbaras - coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia".»
«Claro que o 'caso' teve enorme repercussão, porque Monteiro Lobato é dos mais lidos e populares escritores brasileiros, mesmo o mais, para os leitores "mirins", sendo a sua série O Sítio do Pica-pau Amarelo, em que aquele título se integra, famosíssima, até porque teve diversas adaptações televisivas, a última da Globo, entre 1977 e 1986, que também passou em Portugal.»
O editorial refere também que o Ministro da Educação do Brasil não homologou o parecer, tendo-o devolvido para nova apreciação, o que vai ter lugar este mês.
Entretanto, andei pela net e transcrevo de um blogue: «Um dos trechos da obra que sustenta a argumentação do CNE diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão". Outro diz: "Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens." De acordo com Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adoptado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos actuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".» (http://periscopio.bligoo.com.br/content/view/1085037/Censura-do-MEC-As-Ca-adas-de-Pedrinho.html)
E porque fiquei com vontade de ler o livro? José Carlos de Vasconcelos, no editorial do JL (1 Dez. 2010, p. 3), escreve sobre uma polémica acesa no Brasil depois da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação daquele país ter emitido um parecer, pelo qual deveria deixar de ser usado nas escolas como livro de texto este Caçadas de Pedrinho. E porquê? Por ter um cunho «racista», «por isso não devendo ser uma daquelas obras que o Estado compra às centenas de milhar, senão milhões, para as escolas. Cunho racista por 'pecados' tão graves como uma personagem dizer que só toma leite para não ficar preta ou outra (Emília) dizer, a certa altura, "... parecem-me muito grosseiras e até bárbaras - coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia".»
«Claro que o 'caso' teve enorme repercussão, porque Monteiro Lobato é dos mais lidos e populares escritores brasileiros, mesmo o mais, para os leitores "mirins", sendo a sua série O Sítio do Pica-pau Amarelo, em que aquele título se integra, famosíssima, até porque teve diversas adaptações televisivas, a última da Globo, entre 1977 e 1986, que também passou em Portugal.»
O editorial refere também que o Ministro da Educação do Brasil não homologou o parecer, tendo-o devolvido para nova apreciação, o que vai ter lugar este mês.
Entretanto, andei pela net e transcrevo de um blogue: «Um dos trechos da obra que sustenta a argumentação do CNE diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão". Outro diz: "Não é a toa que macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens." De acordo com Nilma Lino Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do parecer, o livro deve ser banido das escolas ou só poderá ser adoptado caso a obra seja acompanhada de nota sobre os "estudos actuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".» (http://periscopio.bligoo.com.br/content/view/1085037/Censura-do-MEC-As-Ca-adas-de-Pedrinho.html)
E para que servem os professores nas aulas? Não é para introduzirem e contextualizarem os textos ou livros que os seus alunos lêem? É mais fácil censurar do que explicar.
Nós, por cá, também conhecemos este estilo, sob várias nuances. Um exemplo: durante um ou dois anos, Os Lusíadas também foi banido do ensino. Já não me lembro por que razão.
Nós, por cá, também conhecemos este estilo, sob várias nuances. Um exemplo: durante um ou dois anos, Os Lusíadas também foi banido do ensino. Já não me lembro por que razão.
Estou farta do politicamente correcto que normalmente não tem nada de correcto.
ResponderEliminarFormar crianças com uma visão deturpada da vida.
Os Lusíadas foram banidos em 1974-76 porque cantavam a colonização.
ResponderEliminarJ.