sábado, 4 de dezembro de 2010

Tolstoi e a morte

Evelyn DeMorgan, O Anjo da Morte, 1881, óleo sobre tela.


O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo.

- Lev Tolstoi, in Guerra e Paz.

Com o passar das décadas vividas vamos ( uns mais do que outros, é certo ) perdendo o medo da morte, da mesma maneira que nas primeiras décadas da nossa existência não temos consciência dessa finitude. E parece-me que a boa morte, tema filosófico que vem já dos Gregos, terá sempre de ser uma morte preparada. Porém, a perda progressiva do medo da morte não significa que vivamos temerariamente, correndo todos os riscos, desprezando as cautelas. Nem sequer o verdadeiro hedonismo passa por aí, antes por uma gestão cuidada dos prazeres da vida. No entanto, se é possível superarmos gradualmente o medo da nossa morte, do nosso fim, nem sempre é fácil superarmos outro medo: o da morte dos que nos são mais queridos.

2 comentários:

  1. Luís tem razão. A morte de quem amamos, e existem diferentes formas de amar, pode ser mais difícil de encarar, ou até de pensar, do que a nossa própria morte. Essa pura e simplesmente acontece... e acaba a dor física.

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  2. Luís,
    A morte para mim ainda me mete impressão, não digo medo, esse só se a morte for lenta e prolongada com a dor. Mas também não anseio o poder.
    A morte de alguém querido, a quem amamos, é mais sentida porque estamos vivos, se morrermos em vez dos que amamos deixa de haver dor. É portanto, um silogismo.

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