sábado, 8 de janeiro de 2011

Recordando Mouzinho de Albuquerque


Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, suicidou-se neste dia, em 1902. Herói das batalhas de ocupação da colónia de Moçambique, foi nomeado, pelo Rei Dom Carlos, Aio do Príncípe Real Dom Luís Filipe, dizendo-lhe: "Faze dele um homem e lembra-te que há-de ser Rei". Não o foi porque as balas de miseráveis assassinos lhe cortaram a vida aos vinte e um anos.

Ao ser nomeado Aio de Dom Luís Filipe, escreveu-lhe uma carta em que traça a sua visão do que deve ser a educação de um Príncipe português. Dessa carta deixo aqui um breve trecho:

"Triste do homem que só cuida do presente, que só preza a intimidade dos vivos. Pobre daquele que precisa adormecer para sonhar com o futuro. No olhar saudoso para o que já passou, no imaginar o que há de vir se vai formando a alma, se lhe vão apurando as qualidades, desenvolvendo a força. E chegada a ocasião de as aproveitar, de as pôr em acção, cai-se-lhe em cima como o milhafre sobre a presa e não se deixa escapar. A ciência da vida assemelha-se à arte da guerra, em que numa e noutra é mais preciso que tudo aproveitar as ocasiões e para o fazer é necessário o exercício constante, a trenagem; ora, o estudo e a meditação constituem a trenagem do espírito."

4 comentários:

  1. Um grande e insigne português, mau grado as modas historiográficas e ideológicas que não lhe fazem justa justiça...

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  2. Recomenda-se a leitura do "Marquês da Bacalhoa", na edição prefaciada por José Augusto França. Que chama os bois pelos nomes.

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