(...) Foi uma história de família inacreditável. Não se sabe como, o meu bisavô materno Ribeira, um camponês e tanoeiro pobre, era um homem letrado. Lia e escrevia, pôs os filhos todos na escola ( à exceção da minha avó que aprendeu com o pai ) e construiu uma pequena biblioteca.
Quando o meu bisavô morreu, relativamente jovem, a minha bisavó- que tinha passado fome e que achava que cada livro que entrava em casa era um pedaço de pão roubado aos filhos- fez uma fogueira à porta de casa com os livros. E foi a minha avó que apanhou parte dos livros dessa fogueira e os guardou dentro de uma caixa. Passaram quase cinquenta anos. Eu era uma criança irrequieta, muito sozinha, sem vizinhos nem irmãos. E, a certa altura, a minha avó deu-me essa caixa de livros do seu pai. (...) Nessa caixa, havia livros sobre como medir os terrenos, sobre agricultura, geografia, História de Portugal... E livrinhos que se vendiam porta a porta como o João de Calais e a Princesa Magalona...
- Lídia Jorge, em entrevista à Visão.
Com este novo visual até pensei que me tinah enganado no blogue. :)
ResponderEliminarFoi a chuva que borrou a página :)
ResponderEliminarMas que surpresa!
ResponderEliminarCom passarinhos e tudo. São as andorinhas da Primavera?
ResponderEliminarAdorei a história de Lídia Jorge!
ResponderEliminar:)