domingo, 24 de abril de 2011

A fé, a religião e a paz

Desenvolveram-se , ao longo dos três séculos passados, os direitos do homem, os princípios de um estado de direito e da democracia. A democracia tornou-se na ideologia mundial. Conduziu a uma participação política das populações governadas, revelou-se, contudo, também de forma agressiva na História – já Péricles e os Atenienses iniciavam guerras muito naturalmente. O colonialismo inglês ou holandês foi igualmente encetado por democratas.

Ainda assim, nós, os europeus, vemos na democracia parlamentar a melhor forma para sociedade e estado – em comparação com todas as formas de governação, alicerçadas em religião ou ideologia. Na Europa e em ambos os continentes americanos podemos falar do triunfo da democracia. Resta em aberto se esta vitória é duradoura.


Helmut Schmidt, Die Zeit, 14.04.2011

4 comentários:

  1. E o mundo árabe clama por ela, democracia,pagando um preço alto. É a maior e melhor exportação europeia, com vocação universal, mas não entra nas contas dos tecnocratas de Bruxelas e afins.

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  2. Gostei.
    Subscrevo o comentário do Luís.
    Só que para ser duradoura, a democracia tem de ter os seus mecanismos de defesa. A democracia também se paga.

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  3. Atenção: as imagens que nos chegam dos manifestantes pela democracia no mundo árabe também têm som e, no fundo, há sempre alguém a gritar "Allah-u-akbar".
    A democracia pretendida nesses países vai, com a ajuda desta tola Europa, durar exactamente até às primeiras eleições livres, quando os povos escolherem partidos islâmicos para os governar.

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  4. Caro Anónimo: Não sou ingénuo, e bem sei que há sempre islamistas radicais que se pretendem aproveitar da situação, mas também não me parece sério reduzir tudo o que se está a passar a manobras do fundamentalismo islâmico.
    E,sobretudo, não quero pensar que a democracia só serve para a "tola Europa" e que os outros, do Magrebe à Birmânia/Myanmar estão bem como estão ou "não estão preparados para a democracia".

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