quarta-feira, 27 de abril de 2011

Leituras no Metro - 59



Foi no Hotel Florida, na Plaza Callao, que estiveram alojados a maioria dos correspondentes estrangeiros que foram cobrir a Guerra Civil Espanhola: Geoffrey Cox, do News Chronicle; Henry Bucley, do Daily Telegraph; Ksawery Pruszynski, da revista Wiadomosci Lireackie; Herbert L. Matthews, do New York Times; e O. D. Gallagher, do Daily Express. Também Martha Gelhorn, que viria a ser a terceira mulher de Hemingway, aqui esteve hospedada como correspondente da revista Collier's e neste hotel escreveria algumas das melhores crónicas sobre la vida quotidiana no Madrid sitiado.

Projecto do arquitecto Antonio Palacios (1874-1945), com 200 quartos, foi inaugurado em 1924. Foi destruído em 1964 para dar lugar às Galerías Preciados.


«À l'hôtel Florida, à Madrid, où les Malraux ont leur chambre, loge une délégation internationale venue apporter son aide aux republicains espagnols. Dans cette tour de Babel, des journalistes, des écrivains, des aventuriers accorus des quatre coins du monde, se retrouvent chaque soir. Il y a là le poète Pablo Neruda, qui a été cônsul du Chili en Chine et en Annam, et l’est alor à Madrid, l’auteur torrentiel de Residência en la tierra […] et du futur España en el corazón […]; l’Américain John Dos Passos, qui vient tout juste d’achever sa fresque romanesque de l’Amérique en crise, USA; Nicolas Chiaromonte, le Sicilien; le Russe Mikhaïl Koltzov, correspondant de la Pravda, qui ne quitte pás l’ami Ilya Ehrenbourg, à ses divers passages; et Ernest Hemingway – Ernie -, qui écoute sans dire un mot, le regard fixe sur le fond de son verre, les palabres sans fin d’André Malraux. Il rêve déjà aux beaux personnages de Pilar et de Maria, dont Clara pourrait envier la force et la douceur, dans For Whom the Bell Tolls […].
«La communauté espagnole n’en est pas moins intense dans cette pépinière cosmopolite d’écrivains du monde entire. À l’hôtel Florida, les Malraux retrouvent pour dîner le poète et essayiste madrilène José Bergamin – Variación y fuga de una sombra […] -, qu’ils ont connu à Paris. Ils se liente avec Rafael Alberti, l’auteur de Mar y Tierra […]; avec António Machado […]; ou encore avec Léon Filipe – Versos y oraciones de caminante […] – qui arrive de Panamá et va bientôt partir pour le Mexique.»

Dominique Bona - Clara Malraux: «Nous avons éte deux». Paris: Bernard Grasset, 2010, p. 283

John Dos Passos imortalizou a sua estância num artigo intitulado «Room and Bath at the Hotel Florida», publicado pela revista Esquire, em Janeiro de 1938, escrito numa manhã de bombardeamentos.

4 comentários:

  1. Os "Preciados" conheci eu, agora deste hotel (de arquitectura imponente) nunca tinha ouvido falar. E que memórias!...

    ResponderEliminar
  2. Eu também não. Ou talvez sim, nalgum livro sobre a Guerra Civil Espanhola, mas já me tinha esquecido.
    Estou a gostar imenso desta biografia - feita, em grande parte, com base nas memórias da Clara Malraux - e estou quase a terminá-la.

    ResponderEliminar
  3. O exterior deste hotel parece que era de mármore.
    Antonio Palacios foi também o arquitecto daquela 'imponência' que dá pelo nome de Palácio das Comunicações na Praça Cibeles.

    ResponderEliminar