POBRE BRÜCKNER
Monumental, informe, derivante,
repetitivo e não sabia música,
discípulo de Wagner... - pois sim.
Mas todo o estrondo à volta de singelos
temas ingénuos mal desenvolvidos
(se à maneira de um outro, é claro) pela orquestra
que vai massiça em pompa de incessantes ritmos
à conquista de ser-se esta paisagem
de som em panoramas de severa altura:
às botas lhe assobiem. Que ainda ecoa
de uma amplidão de humanidade dentro
como a que existe no silêncio de alma
ao ver-se quanto em espaço de vazio
o amor humano se conhece e perde
por um divino que em si mesmo está
sonhando-se de vidaa e sobrehumana paz.
19/11/1971
Jorge de Sena
In: Arte de música, 1968
Que tenha sido um bom dia!
Que tenha um bom ano!
Peço autorização para deixar, também, um abraço.
ResponderEliminarObrigada, MR. Não conhecia e fiquei curiosa: o livro é o que me parece, ou seja, poesia sobre música? Tenho de procurar...
ResponderEliminarUm abraço grato aos dois (MR e JAD)
Exactamente. É um livro só com poemas sobre música e músicos.
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