Na esquina da rua Jacob com a rue des Saints-Pères (à direita, na foto) ficava o restaurante Michaud.
Um dia, depois de terem ganho algum dinheiro nas corridas de cavalos, Hemingway e a mulher Hardley vão jantar ao Michaud:
Hemingway: «-Vamos a um sítio maravilhoso para comermos um jantar a valer.
«- Ande é que vamos?
«- Ao Michaud.
«- É óptimo e fica perto.
«Fomos subindo a rue des Saints-Pères atè à esquina da rua Jacob, parando de onde em onde, a fim de vermos os quadros e as mobílias nas montras. Antes de entrarmos no Michaud, ficámos cá fora a ler a ementa. O restaurante estava à cunha. Tivemos de esperar que saísse gente, mantendo debaixo de olho as mesas onde os clientes já haviam acabado de tomar o café.
«O passeio tinha-nos feito fome outra vez, e o Michaud era um restaurante que, por ser caro, nos entusiasmava. Era lá que Joyce e a família estavam a comer nessa altura; ele e a mulher encostados à parede; Joyce a estudar a ementa, que segurava numa das mãos, através das grossas lentes; Nora, a seu lado, sempre cheia de apetite, embora de paladar requintado; Giorgio, de costas, magro e todo aperaltado, com o cabelo a reluzir, e Lúcia, menina de cabelo forte e encaracolado, ainda na fase do crescimento. Falavam uns com os outros em italiano.»
Ernest Hemingway - Paris é uma festa. Lisboa: Livros do Brasil, 1966, p. 71-72
«- Ande é que vamos?
«- Ao Michaud.
«- É óptimo e fica perto.
«Fomos subindo a rue des Saints-Pères atè à esquina da rua Jacob, parando de onde em onde, a fim de vermos os quadros e as mobílias nas montras. Antes de entrarmos no Michaud, ficámos cá fora a ler a ementa. O restaurante estava à cunha. Tivemos de esperar que saísse gente, mantendo debaixo de olho as mesas onde os clientes já haviam acabado de tomar o café.
«O passeio tinha-nos feito fome outra vez, e o Michaud era um restaurante que, por ser caro, nos entusiasmava. Era lá que Joyce e a família estavam a comer nessa altura; ele e a mulher encostados à parede; Joyce a estudar a ementa, que segurava numa das mãos, através das grossas lentes; Nora, a seu lado, sempre cheia de apetite, embora de paladar requintado; Giorgio, de costas, magro e todo aperaltado, com o cabelo a reluzir, e Lúcia, menina de cabelo forte e encaracolado, ainda na fase do crescimento. Falavam uns com os outros em italiano.»
Ernest Hemingway - Paris é uma festa. Lisboa: Livros do Brasil, 1966, p. 71-72
No Michaud não que já não existe, mas não me importava (parafraseando o Luís Barata) de hoje jantar em Paris.
ResponderEliminarEu também não, queria dizer que estava lá. E há lá belas exposições e espectáculos para ver.
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